
Desde o início da ofensiva militar de Israel contra o Irã, em 13 de junho, Teerã implementou um rigoroso protocolo de segurança para evitar que lideranças políticas e militares sejam mortas. A preocupação aumentou após os Estados Unidos bombardearem três instalações nucleares iranianas no sábado (22).
Entre as medidas, o Irã suspendeu comunicações eletrônicas e bloqueou o acesso à internet e a chamadas internacionais. O governo também prometeu executar qualquer cidadão que colabore com o “inimigo”.
O temor de um atentado contra o aiatolá Ali Khamenei fez com que o líder supremo deixasse de usar meios digitais e passasse a se comunicar apenas por meio de um assessor de confiança. Segundo três autoridades iranianas, Khamenei restringiu completamente o uso de aparelhos eletrônicos para dificultar sua localização.
O Ministério da Inteligência do Irã determinou que autoridades deixem de usar celulares e ordenou que altos funcionários do governo e líderes militares permaneçam no subsolo. A população foi orientada a denunciar movimentos suspeitos e a evitar fotografar ou gravar ataques em áreas sensíveis.
“O aparato de segurança concluiu que, neste momento crítico, a internet está sendo usada de forma abusiva para prejudicar a vida e o sustento de civis”, afirmou Ali Ahmadinia, diretor de comunicações do presidente Masoud Pezeshkian. “Estamos salvaguardando a segurança do nosso país desligando a internet.”
Além disso, o Conselho Supremo de Segurança Nacional divulgou um ultimato: qualquer pessoa que estiver trabalhando com o “inimigo” deverá se entregar às autoridades até o final de domingo (23), devolver equipamentos militares e “retornar aos braços do povo”. Quem for descoberto após esse prazo, segundo o governo, será executado.
Medidas extraordinárias
Khamenei está abrigado em um bunker e já indicou substitutos em caso de morte de seus comandantes. Segundo autoridades, o líder supremo do Irã também entregou à Assembleia de Peritos os nomes de três clérigos para sua possível sucessão.
O Irã intensificou seus contra-ataques contra Israel, atingindo alvos como um hospital, a refinaria de Haifa e áreas residenciais. A resposta veio após o que é considerado o maior ataque ao território iraniano desde a guerra contra o Iraque, nos anos 1980.
No entanto, a escalada aumentou ainda mais quando os Estados Unidos entraram no conflito. O presidente Donald Trump confirmou, no sábado (22), que forças americanas bombardearam três instalações nucleares do Irã, incluindo a usina subterrânea de Fordow.
“Nosso objetivo era destruir a capacidade de enriquecimento nuclear do Irã e pôr fim à ameaça nuclear representada pelo Estado número 1 do mundo em patrocínio do terrorismo”, declarou Trump em pronunciamento oficial na Casa Branca.
Khamenei, que está ciente de que Israel ou os Estados Unidos podem tentar assassiná-lo, afirmou que aceitaria esse destino como um martírio, disseram as autoridades. Neste domingo (23), ele se pronunciou publicamente pela primeira vez desde os ataques dos EUA.
Em uma publicação na rede X, junto a uma imagem de um crânio com a estrela de Davi sobre prédios em chamas, o líder supremo escreveu: “A punição continua. O inimigo sionista cometeu um grande erro, cometeu um grande crime; ele deve ser punido e está sendo punido; ele está sendo punido agora mesmo.”
#همین_حالا
مجازات ادامه دارددشمن صهیونی یک اشتباه بزرگی کرده، یک جنایت بزرگی را مرتکب شده؛ باید مجازات بشود و دارد مجازات میشود؛ همین حالا دارد مجازات میشود.#الله_اکبر pic.twitter.com/wH6Wk9nNhJ
— KHAMENEI.IR | فارسی 🇮🇷 (@Khamenei_fa) June 23, 2025