O Brasil registrou deflação em agosto, com uma redução de 0,02% nos preços, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a primeira redução nos preços desde junho de 2023.

A deflação no mês passado foi resultado, principalmente, do movimento para baixo nos preços dos alimentos. Além disso, os custos de habitação diminuíram, influenciados pela redução na conta da energia elétrica residencial.

No caso dos alimentos, a redução foi de 0,44%. Já na área de habitação, a queda foi de 0,51%.

Com os números de agosto, a inflação acumulada em doze meses é de 4,24%. Ao longo deste ano, a alta é de 2,85%.

Segundo a edição mais recente do boletim Focus, a estimativa é que a inflação fique em 4,3% em 2024, o que ficaria abaixo do teto da meta (4,5%).

Subidas e descidas nos preços

É o segundo mês consecutivo em que o grupo “Alimentação e Bebidas” registra recuo nos preços. Para os brasileiros, comer em casa vem ficando mais barato, já que o subgrupo “alimentação no domicílio” registrou queda de 0,73%. 

Itens como batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%) tiveram quedas importantes no mês. 

Segundo André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, “o principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação da safra”.

Apesar da queda generalizada, alguns itens básicos do dia a dia dos brasileiros ficaram mais caros. O mamão, por exemplo, teve alta de 17,58%. A banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%) também tiveram subidas de destaque.

Se comer em casa está mais barato, o mesmo não vale para a prática de comer fora. O subgrupo “alimentação fora do domicílio” teve uma alta de 0,33% em agosto – em julho, a alta para o grupo foi de 0,39%.

Já no caso da energia elétrica, a queda foi consistente: 2,77%, o que reverteu a tendência do mês anterior, quando houve alta de 1,93%.

Segundo o IBGE, a queda se deve, principalmente, a reajustes tarifários mais favoráveis aos bolsos dos consumidores em cidades como Belém (-5,63%), São Luís (-4,52%), São Paulo (-3,07%), Vitória (-1,49%) e Porto Alegre (-0,69%).

Para Almeida, “a principal influência veio de energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional nas contas de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”.

Do lado das subidas, o principal destaque fica por conta da Educação, cujos preços aumentaram 0,73% em agosto. Tanto os custos com ensino fundamental (0,57%) como os gastos com ensino superior (1,09%) tiveram altas.

Inflação para famílias com renda baixa

Não é apenas o IPCA que serve como referência para medir as mudanças de preços no país. Ao lado dele, o IBGE também calcula o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). 

Basicamente, o órgão utiliza o IPCA para mostrar a variação nos custos de famílias com renda que vai de um a quarenta salários mínimos. O INPC, por sua vez, serve para medir a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos.

O INPC de agosto teve queda de 0,14%, segundo o IBGE. No mês anterior houve alta de 0,26%. 

No acumulado dos últimos doze meses, o INPC registra alta de 3,71%. Já em 2024, até agora, a subida acumulada é de 2,80%. O INPC serve como base para que o governo possa calcular os reajustes no salário mínimo.

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Última Atualização: 10/09/2024