
O governo federal recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar reverter a derrubada do decreto de ajustes no IOF. No entanto, as tratativas com o Congresso continuam e devem ganhar força a partir da próxima terça-feira (8), com o retorno do presidente Lula (PT), do ministro da Fazenda Fernando Haddad, do senador Davi Alcolumbre e do deputado Hugo Motta a Brasília.
A expectativa, segundo o colunista Lauro Jardim, do Globo, é que todos estejam presentes para dar início a uma negociação direta.
Diante da resistência do Congresso a novos impostos e da alegação do governo de que já fez todos os cortes possíveis, a alternativa defendida por líderes governistas é a construção de uma “solução global” – essa saída envolveria não apenas temas fiscais, mas também concessões políticas em outras áreas de interesse das duas partes.
Entre os pontos em negociação está a possibilidade de Lula não vetar a proposta que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. Em troca, a Câmara votaria um projeto que revê benefícios fiscais, o que representa um ganho fiscal para o Executivo. Essa compensação seria uma forma indireta de aumentar a arrecadação sem novos tributos.

O governo acredita que esse arranjo político poderia destravar a pauta econômica. Porém, há um ponto de atrito: a tentativa da oposição de incluir um projeto de anistia na negociação. Essa demanda, associada ao bolsonarismo, encontra forte resistência no núcleo do governo e pode dificultar o avanço do acordo.
A inclusão da anistia no pacote é vista por aliados do Planalto como um obstáculo. A oposição quer colocar o tema em votação ainda neste mês, o que pode comprometer o ambiente de diálogo.
Apesar disso, interlocutores afirmam que manter a mesa de negociação é essencial para evitar novos choques entre os Poderes.