Na edição desta segunda-feira (2) do programa TV GGN 20 Horas, exibido no Youtube, o jornalista Luís Nassif conduziu uma análise das propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com a participação do economista Natã Cacheta, o debate jogou luz sobre um problema antigo: como blindar a economia nacional da montanha-russa cambial alimentada pelo capital especulativo, sem comprometer a arrecadação ou afugentar investimentos produtivos?
“O Brasil virou o paraíso da rentabilidade em um mundo em crise”, resumiu Cacheta, apontando para a distorção estrutural: altas taxas de juros atraem capital de curto prazo, que entra e sai do país em operações ultrarrápidas, sem gerar emprego, renda ou desenvolvimento — apenas lucros vultosos.
IOF: remendo ou solução?
Na tentativa de conter a especulação cambial, o governo propôs calibrar o IOF, mirando operações financeiras de curtíssimo prazo. Para Cacheta, a medida é válida, mas insuficiente: “O IOF é paliativo. Desde a ditadura militar, é usado para apagar incêndio — nunca para reformar o sistema”.
A crítica não é contra o imposto em si, mas contra a hesitação do governo em sustentar sua própria proposta. “Anunciar e depois recuar enfraquece o ministro. Tira credibilidade”, alertou o economista, referindo-se à retirada da taxação sobre fundos de investimento e às tentativas de incluir criptoativos e apostas online como compensação.
Nassif, no entanto, reforçou: “A grita da Faria Lima é puro teatro. O problema não está no IOF, está em um sistema que oferece 14,75% ao ano para o banco só por emprestar ao governo. Quem pega crédito com juros desses é o povo — e é por isso que o Brasil nunca sai da armadilha.”
Alternativas globais: o BRICS no horizonte
Em tom mais esperançoso, o programa discutiu ainda as alternativas sistêmicas. A criação de uma moeda comum entre os países do BRICS foi apontada como uma possibilidade de ruptura com a hegemonia do dólar e com a ditadura dos fluxos especulativos
“Sem uma mudança estrutural — nacional e internacional — continuaremos patinando entre paliativos, fritando ministros e assistindo ao país ser usado como playground do capital volátil”, concluiu Nassif.
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Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido parcialmente com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial na transcrição e resumo das entrevistas. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas e revisão de conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.