Em 2008, o enclave imperialista de “Israel” lançou uma brutal ofensiva militar na Faixa de Gaza, conhecida como Operação “Inverno Quente”, entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março. A operação teve um saldo trágico de pelo menos 110 palestinos mortos e quase 400 feridos, em sua maioria civis, incluindo mulheres e crianças. A ofensiva foi deflagrada após semanas de disparos de foguetes por revolucionários palestinos, principalmente do Hamas, em retaliação às incursões terrestres realizadas por “Israel”.
O exército sionista também intensificou seus ataques aéreos, agravando a escalada de violência nos dias que antecederam a operação. O confronto entre as duas partes foi especialmente intenso nas áreas central e norte de Gaza, com foco nos campos de refugiados de Jabaliya, Beit Hanoun e na Cidade de Gaza.
A ofensiva de “Israel” começou com uma série de ataques aéreos no dia 28 de fevereiro. O Hamas, por sua vez, reagiu com disparos de foguetes. Essa troca de agressões fez com que a situação se deteriorasse rapidamente.
No mesmo dia, o vice-ministro da Defesa de “Israel” Matan Vilnai, emitiu uma ameaça explícita, dizendo que os palestinos corriam o risco de atrair uma “Shoah ainda maior” caso continuassem a disparar foguetes. A utilização do termo “Shoah”, que se refere ao Holocausto, deixou clara a intenção de “Israel” em destruir ainda mais a população palestina e aprofundar o cerco militar criminoso contra o território palestino.
Nos dias seguintes, “Israel” intensificou sua agressão com uma incursão terrestre massiva, lançada na noite de 29 de fevereiro para 1º de março, a maior desde a retirada de Gaza em 2005. Tropas terrestres e tanques israelenses avançaram sobre Gaza, ocupando áreas como Jabaliya, Beit Hanoun e a Cidade de Gaza, locais de forte presença do Hamas.
Durante a incursão, as forças de “Israel” realizaram buscas casa a casa, confrontando militantes palestinos em violentos embates. As tropas sionistas não pouparam as residências civis, que foram transformadas em bases de operações militares, de onde as forças sionistas direcionaram o fogo de seus tanques contra edifícios residenciais e comerciais. O objetivo declarado de “Israel” era neutralizar o Hamas e destruir suas infraestruturas, mas, na prática, a população civil foi a principal vítima.
A operação também incluiu a destruição de cabos de eletricidade e telefone por tratores israelenses, a demolição de diversos imóveis, supostamente, depósitos de armas e a destruição de várias delegacias de polícia. Essas ações causaram um colapso ainda maior nas condições de vida dos palestinos.
Com hospitais superlotados e em péssimas condições, os médicos palestinos lutaram para atender ao grande número de feridos, muitos em estado grave. A destruição de casas e infraestruturas essenciais, como redes de eletricidade e comunicação, aprofundou a crise humanitária e dificultou a chegada de ajuda internacional. A situação era desesperadora, e a população, já afetada por anos de bloqueio e privação, viu suas condições de vida se deteriorarem ainda mais rapidamente.
O objetivo declarado de “Israel” com a Operação “Inverno Quente” era minar a capacidade de resistência do povo palestino, particularmente do Hamas, e consolidar sua dominação militar sobre Gaza. Durante o cerco, as forças sionistas não fizeram distinção entre militantes e civis.
Após cinco dias de intensos combates, as tropas de “Israel” se retiraram de Gaza no dia 3 de março de 2008. No entanto, o saldo dessa ofensiva foi devastador.
Além das vítimas diretas, a operação deixou a infraestrutura de Gaza arruinada, em situação ainda pior do que enfrentavam antes, já bastante precária devido à escassez de recursos causada pelo bloqueio econômico genocida imposto por “Israel”. A destruição da infraestrutura básica, como hospitais, redes de energia e comunicação, agravou ainda mais a difícil situação da população palestina.
O impacto da operação foi profundo, não apenas na vida dos palestinos, mas também na sua capacidade de resistir à ocupação. O Hamas, que naquele momento já era o principal partido da Resistência Palestina em Gaza, viu-se na linha de frente dessa agressão sionista.
Embora “Israel” tenha procurado enfraquecer o movimento palestino, a resistência do Hamas se fortaleceu como um símbolo da luta contra a opressão sionista. A brutalidade da operação deixou claro que o objetivo de “Israel” não era apenas destruir a infraestrutura do Hamas, mas também aterrorizar a população e quebrar sua determinação em resistir à ocupação. Essa determinação, por sinal, foi fundamental para que a ditadura sionista falhasse em conquistar a Faixa de Gaza, sendo obrigados a se retirarem do território palestino, o que constitui uma vitória da Resistência Palestina.