O Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fiocruz, constatou que em 2023 o Brasil registrou um recorde de internações de bebês menores de um ano por pneumonia, bronquite e bronquiolite em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). No último ano, foram 153 mil internações, cerca de 420 por dia, aumento de 24% em relação a 2022 e maior índice registrado nos últimos 15 anos.
As regiões Sul e Centro-Oeste foram as que apresentaram as maiores taxas de internação nos últimos 12 meses, devido ao clima frio e às queimadas, respectivamente.
O pesquisador Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância, atribui a alta à baixa cobertura vacinal dos menores de um ano.
“A redução na vacinação contra doenças respiratórias, possivelmente devido à pandemia de Covid-19, e as condições climáticas extremas podem ter contribuído para a vulnerabilidade dos bebês a infecções respiratórias graves”, explica.
Para conter o número, o pesquisador adianta que existe uma vacina que previne doenças respiratórias, a VSR (Vírus Sincicial Respiratório), já aprovada pela Anvisa e pronta para compor o calendário vacinal do SUS.
Custos
A alta de internações de bebês custou aos cofres públicos R$ 53 milhões a mais em comparação a 2019. No ano passado, o SUS desembolsou R$ 154 milhões no tratamento dessas crianças.
Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores do Observa Infância usaram dados do Sistema de Internações Hospitalares do SUS, além de informações sobre os nascimentos extraídos do Sistema Nacional de Nascidos Vivos entre os anos de 2008 e 2023.