O Ministério da Inteligência e da Segurança Nacional do Irã anunciou ter obtido e transferido um vasto conjunto de documentos confidenciais israelenses, em uma operação classificada como um triunfo de inteligência sem precedentes. A ação, segundo o Ministério, representou um duro golpe contra o regime sionista, comprometendo ainda mais sua já desgastada imagem de invencibilidade.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (10), o governo iraniano descreveu a operação como um “divisor de águas” na história dos fracassos de segurança e inteligência de Israel, e uma vitória “histórica e única” para o Eixo da Resistência.

“O que está agora sob nosso controle foi obtido justamente quando o regime sionista tentava se apresentar como imune à infiltração”, afirmou o ministério. “Enquanto reavaliavam antigos fracassos e acreditavam ter selado todas as brechas de segurança, foram surpreendidos pela operação épica ‘Dilúvio de Al-Aqsa’, conduzida por heroicos combatentes palestinos, que expôs um fiasco sem precedentes”, conforme noticiado no órgão iraniano Press TV.

Segundo as autoridades iranianas, a operação foi concluída com sucesso mesmo diante dos protocolos de segurança mais rígidos já impostos por “Israel”. Os métodos utilizados para acessar e extrair os documentos nos territórios palestinos ocupados foram descritos como altamente engenhosos, capazes de driblar todas as camadas de proteção do regime.

“O regime sionista havia imposto seus mais rigorosos mecanismos de segurança para proteger esses arquivos estratégicos. Nossos agentes, portanto, executaram um plano multi camadas sofisticado, cuja complexidade está além da capacidade de compreensão do regime”, afirmou o comunicado.

O ministério também alegou que, para conter o impacto da revelação, “Israel” chegou a prender alguns de seus próprios colonos, em uma tentativa de forjar cooperação com a inteligência iraniana e assim criar uma cortina de fumaça. “Foi uma encenação ineficaz para tentar restaurar uma imagem já deteriorada”, comentou o órgão iraniano.

Documentos já em uso e de interesse estratégico

Segunda a Press TV, parte considerável dos documentos já estaria em uso pelas Forças Armadas do Irã. Segundo o ministério, trechos também poderão ser trocados com países aliados ou compartilhados com organizações anti-sionistas.

O conteúdo abrange temas estratégicos, técnicos, científicos e práticos. Entre os materiais estão dossiês sobre o programa nuclear clandestino israelense, instalações e pesquisas sigilosas, além de comunicações com instituições norte-americanas e europeias. O conjunto inclui ainda planos nucleares em andamento e para o futuro.

Outros arquivos tratam de programas militares e de mísseis, projetos científicos de uso dual, além de dados pessoais — nomes, fotos e endereços — de cientistas, gestores e funcionários ligados aos projetos.

Destaca-se também a revelação de que pesquisadores estrangeiros, além de cidadãos israelenses, participam das atividades confidenciais do regime. Esses nomes agora estariam identificados pelo Irã. Parte do acervo será publicada, enquanto outras informações de interesse técnico e científico serão compartilhadas com instituições iranianas.

Papel do imperialismo e acusações contra o Irã

Ainda segundo o comunicado, os documentos revelam a profundidade do apoio do imperialismo ao programa armamentista e nuclear israelense. “Os mesmos países que, durante décadas, impuseram sanções ao Irã com base em falsas alegações, são, na prática, patrocinadores e colaboradores do regime sionista”, diz o texto.

Entre os dados considerados mais alarmantes está a suposta fabricação de relatórios por parte de Israel, enviados a órgãos internacionais acusando o Irã de irregularidades em seu programa nuclear pacífico. Segundo o Irã, essas acusações foram repetidas quase literalmente por entidades como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A República Islâmica afirma que essas denúncias são infundadas, criadas por “Israel” para pressionar o país asiático e desacreditar seus avanços científicos. O governo iraniano reafirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos e se insere no esforço nacional de desenvolvimento tecnológico.

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Last Update: 12/06/2025