Aula inaugural. Foto: MST em SP

Por Coletivo Estadual de Comunicação do MST SP
Da Página do MST

No último período, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem investido em estudos, balanços e debates sobre o momento atual e os desafios que enfrentamos para a formação da nossa base social, da classe trabalhadora e suas lutas.

A formação política é fundamental para entender a realidade e enfrentar os desafios do momento histórico em que vivemos. Para isso, é crucial qualificar as ações políticas que desenvolvemos nos territórios e espaços do movimento, incluindo os desafios internos, projetando a formação contínua dos nossos militantes.

O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) é uma ferramenta importante para a formação dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, permitindo a formação acadêmica em todos os níveis de escolaridade.

A retomada do Pronera nos coloca diante do acirramento das contradições econômicas, políticas e sociais, com a financeirização da educação como um dos principais problemas que impede o avanço da educação pública no Brasil.

Para o MST, o Pronera é uma ferramenta estratégica para a edificação do projeto popular camponês fundado na agroecologia e na Reforma Agrária Popular e, fundamentalmente, no avanço da proposta de educação para a Reforma Agrária. Nesses 25 anos de existência, tem resultado na formação de técnicos, extensionistas, licenciados, bacharéis e pós-graduandos, através da formação de professores e professoras.

Trabalho associado, educação, agroecologia e luta anticapital

Foto: MST em SP

É nesse sentido que no último final de semana, 24 e 25 de agosto, foi inaugurado o curso “Trabalho Associado e Educação para além do capital na América Latina”, na Escola Popular Rosa Luxemburgo, no assentamento de mesmo nome, município de Agudos.

Elaborado e apresentado ao Pronera em 2016 pela Faculdade de Filosofia e Ciência, da Universidade Estadual Paulista, campus de Marília e, embora aprovado, pela condição de um governo que não investiu em políticas públicas para o campo e para a educação, não foi possível executá-lo na época. O projeto foi retomado em outubro de 2020, onde vislumbrou-se a possibilidade de reapresentação por meio do Instituto Federal de São Paulo, campus de São José dos Campos.

Para a Profa. Mirella Souza, “Precisamos pensar que esse curso vem sendo desenhado pelos Movimentos Sociais, Unesp e Pronera/INCRA desde 2016, sendo o Instituto Federal de São Paulo presenteado com essa proposta em 2020. Ou seja, a data de 24 de agosto de 2024 marca o início do curso e a concretização de um projeto cuja luta resiste há pelo menos oito anos. Falar de um curso dessa temática, no âmbito do Pronera e acontecendo em uma área de reforma agrária, em um escola do MST, é falar da importância da educação e das relações de trabalho para a transformação da vida e da sociedade, em busca de uma sociedade mais justa, equitativa e autogestionária”.

O curso, que segue a Pedagogia da Alternância, acolhe educandos de SP, CE, RJ, PR, MG e DF. O corpo docente é composto por professores mestres e doutores do IFSP, da Unesp Marília, Unesp de Presidente Prudente e da UFSCar.

*Editado por Fernanda Alcântara

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Última Atualização: 28/08/2024