O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou que a inflação para as famílias de baixa renda recuou de 0,29% para 0,18% em julho. No mesmo período, o indicador registrou uma queda ainda maior nas que possuem renda muito baixa (0,29% para 0,9%).
A taxa de inflação para as famílias de alta renda houve elevação, passando de 0,04% em junho para 0,80% em julho.
“O grupo alimentos e bebidas foi o principal ponto de descompressão inflacionária para todas as faixas de renda, tendo em vista a queda de preços observada em 10 dos 16 segmentos que formam esse conjunto de produtos”, afirma nota do órgão.
De acordo com a pesquisa, as famílias de baixa renda foram beneficiadas com a diminuição de preços dos cereais (-0,77%), tubérculos (-16,3%), frutas (-2,8%), aves e ovos (-0,65%) e leites e derivados (-0,41%), entre outros.
Por outro lado, os reajustes de 1,9% no preço da energia elétrica e de 1,2% do gás de botijão impactaram a taxa de inflação de julho, sobretudo para as famílias de baixa renda.
Também é negativo para essas famílias uma comparação com as taxas do ano passado. Por exemplo, em julho de 2023 esse segmento tinha registrado uma deflação de 0,28%.
Os mais ricos foram afetados pelos reajustes de 3,3% dos combustíveis, de 4,4% do seguro veicular e de 19,4% das passagens aéreas. O aumento dos serviços pessoais (0,55%) e de lazer (0,52%) também ajudam a explicar a alta.
“Mesmo diante da melhora no desempenho dos alimentos no domicílio, cuja deflação em julho de 2024 (-1,5%) foi mais acentuada que a observada em julho de 2023 (-0,72%), o aumento da inflação corrente é explicado, em grande parte, pela piora no desempenho dos grupos habitação e artigos de residência, além de uma deflação menos intensa do grupo vestuário. No primeiro caso, as altas nos preços da energia elétrica (1,9%) e do gás de botijão (1,2%), em 2024, ficaram bem acima das quedas apontadas em 2023: -3,9% e -1,0%, respectivamente”, afirma o Ipea.
Os dados dos últimos 12 meses indicam que todas as classes de renda registraram aceleração de sua curva de crescimento. Em termos absolutos, o segmento de renda baixa é o que apresenta a menor taxa de inflação (4,1%), enquanto a faixa de renda alta é a que aponta a taxa mais elevada no período considerado (5,1%).