O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou suas previsões para a economia argentina, projetando uma redução de 3,5% do PIB. Isso representa uma mudança em relação ao relatório de abril, que previa uma redução de 2,6%. A nova previsão foi divulgada na terça-feira.
O FMI destacou que o programa fiscal e monetário está em curso para controlar a inflação, mas tem impactado negativamente a atividade econômica, devido à redução nos gastos públicos e ao endurecimento das condições monetárias.
A economia argentina está enfrentando um ajuste fiscal brutal, executado pelo presidente Javier Milei.
Para alcançar um saldo positivo nas contas públicas, Milei implementou um plano de ajuste fiscal que envolve um forte controle nos gastos. Isso inclui demissões em massa em órgãos públicos e redução do financiamento em setores-chave do Estado argentino, como saúde, assistência social e cultura.
A redução na atividade econômica é generalizada e afeta empresas que atendem ao mercado interno, que estão tendo dificuldades para vender para uma população afetada pela inflação e perda do poder de compra.
De acordo com a consultoria Scentia, o consumo de massa caiu 12,5% nos últimos 12 meses. Nos primeiros 6 meses de 2024, a queda já acumula 8,5% em relação ao mesmo período de 2023.
A redução foi mais acentuada nas lojas de autoatendimento do que nas redes de supermercados: nas primeiras, o consumo caiu 14,6%, e nas últimas, 10,3%. No acumulado do primeiro semestre, a retração é de 10% para supermercados e 7% no autoatendimento.