Com base em informações falsas, Estados Unidos abrem investigação que mira a Lei Geral de Proteção de Dados, os pagamentos por PIX e a produção agropecuária do país

Em meio a uma campanha contra o Brasil, liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos pressionando por sanções contra seu próprio país, o governo de Donald Trump se volta contra o PIX, sistema de pagamentos instantâneos utilizado por milhões de brasileiros. Baseado em uma série de mentiras, o governo norte-americano acusa o Brasil de adotar supostas práticas anticompetitivas, que estariam prejudicando relações comerciais.

Uma investigação foi aberta pelo Escritório do Representante do Comércio dos Estados Unidos (USTR) e mira além do PIX, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que impede que empresas estrangeiras vazem e utilizem como querem os dados de todos os brasileiros e a produção agropecuária do país. A lei de proteção das informações pessoais dos brasileiros foi aprovada pelo Congresso Nacional e é responsável pela segurança de dados e por reduzir práticas criminosas contra a população.

“O Brasil parece adotar uma série de práticas desleais em relação a serviços de pagamentos eletrônicos, incluindo, mas não se limitando a, favorecer serviços de pagamento eletrônicos desenvolvidos pelo governo”, diz o documento do divulgado pelo USTR. Nas redes sociais, políticos bolsonaristas incitam sanções contra o Brasil e tentam barrar tentativas de negociação. As práticas antipatriotas podem colocar em risco milhões de empregos na indústria e no setor agropecuário no Brasil.

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O PIX é um sistema de pagamentos extremamente popular entre os brasileiros desde o seu lançamento. Ele reduziu o monopólio de mega empresas norte-americanas como a Mastercard e Visa no sistema financeiro nacional. Além de facilitar transações bancárias e impulsionar o comércio, o PIX também isentou o consumidor de pagar taxas para empresas nacionais e estrangeiras que até então tinham o controle do sistema de pagamentos no país.

Soberania

Em nota, publicada na terça-feira (16), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), afirmou que as manifestações do governo norte-americano são indevidas e representam intromissão nos assuntos nacionais. “O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países”, destaca um trecho do texto.

“No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países. A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação”, completa o texto, deixando claro que interferências não serão aceitas.

O presidente eleito do PT, Edinho Silva, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16), destacou que os impactos de uma investida econômica do governo Trump podem ser semelhantes ao de uma guerra. “O governo do presidente Lula se posicionou de forma muito correta, que é a defesa da soberania nacional. Mas nós temos que debater com o mundo democrático de que forma vamos lidar com esta ofensiva do governo Trump em relação ao mundo. A terceira guerra mundial pode ser econômica, porque ela provoca desorganização da economia, tem impacto na economia dos países, pode aprofundar o desemprego e a pobreza”, afirmou.

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Edinho disse ainda que é necessário que ocorra diálogo com o mundo democrático. “Muitas vezes, o poder destrutivo de medidas como essa que o Trump tem adotado, é tão destrutivo que pode desorganizar a economia mundial e com impacto mundial semelhante ao impacto de uma guerra. O Brasil tem de se posicionar, fazer a defesa de seus interesses e chamar o mundo democrático para esta reflexão”, completou.

O presidente do PT, Humberto Costa, ressaltou que a direita bolsonarista acusou, de maneira mentirosa, o governo Lula de tentar taxar o PIX. Mas agora, incitam o governo norte-americano a voltar contra o sistema de pagamentos do Brasil. “A canalha extrema direita acusou, mentirosamente, o governo Lula de querer taxar e inviabilizar o PIX e a economia popular. Agora, a mando de Trump e com apoio de Bolsonaro, os EUA abrem investigação contra o PIX e o comércio popular no Brasil, ameaçando milhões de pessoas”, destacou.

O deputado federal Rogério Correia destacou que o PIX é um ferramenta tecnológica moderna e sofisticada e lembrou o atraso dos Estados Unidos no sistema de votação eleitoral do país. “Agora o Trump quer… acabar com o PIX no Brasil. Diz ele que é uma prática desleal com os EUA. Bom mesmo é votar em papelzinho pelo correio, né, Laranjão”, afirmou.

https://twitter.com/RogerioCorreia_/status/1945431748407349731

PTNacional

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Last Update: 16/07/2025