Insatisfação com Motta leva PL a buscar STF; entenda

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Principal articulador da eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) passou a demonstrar irritação com o aliado. Nos bastidores, parlamentares relatam que o ex-chefe da Casa tem dito que Motta não tem pulso para conduzir o plenário e apresenta dificuldade em dialogar com diferentes correntes internas.

Segundo o blog da Andreia Sadi no g1, o descontentamento ganhou força após a derrota de Motta no caso envolvendo o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). O presidente da Câmara pautou a votação do parecer que recomendava a cassação, mas o plenário optou apenas pela suspensão do mandato, contrariando a expectativa da direção da Casa.

O desgaste também afetou a relação de Motta com o PL, maior bancada da Câmara. Um dos episódios citados foi a inclusão em pauta da cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de o partido ter votado contra, setores bolsonaristas viam a cassação como uma forma de afastar a parlamentar do cenário eleitoral de 2026.

Outro ponto de atrito foi a tramitação do PL da Dosimetria, aprovado pela Câmara. O texto reduz penas relacionadas aos atos de 8 de Janeiro, mas não livra Jair Bolsonaro da prisão nem reverte sua inelegibilidade, frustrando expectativas da ala mais radical do partido.

Placar da votação do PL da Dosimetria. Foto: Reprodução

Dirigentes do PL alegam que foram informados da estratégia de votação quando o acordo já estava fechado. Há desconfiança de que Motta tenha articulado o texto com Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil) e o senador Flávio Bolsonaro, sem envolver lideranças contrárias dentro da legenda.

A aprovação da medida não arrefeceu a pressão pela anistia ampla nem reduziu a influência de Bolsonaro sobre a oposição. Esse cenário mantém brigas internas no PL e dificulta a construção de uma estratégia unificada para 2026.

Diante disso, setores do partido passaram a buscar o STF para derrubar medidas cautelares que impedem o pastor Silas Malafaia de visitar Bolsonaro. A aposta é que o religioso pode convencer o ex-presidente a recuar e abrir espaço para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato da oposição nas próximas eleições.

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