Um panorama cauteloso, mas revelador: a inflação nos EUA continua surpreendendo para baixo, contrariando as previsões mais alarmistas sobre os efeitos das tarifas comerciais herdadas do governo de Donald Trump. Em maio, o índice de preços subiu apenas 0,1%, mantendo a inflação anual em 2,4% — abaixo do que esperava o mercado. Parte disso se explica por fatores temporários: a suspensão de algumas tarifas e o uso estratégico de estoques acumulados. Ou seja, o impacto pode ter sido adiado, não evitado. O pano de fundo é uma economia que desacelera sem ainda perder o controle inflacionário, o que colocaria o FED, presidido por Jerome Powell (foto/reprodução internet), em posição técnica favorável para retomar os cortes de juros. Mas a hesitação persiste. O Federal Reserve está menos travado por dados e mais paralisado por política: entre o temor de parecer complacente e a preocupação com o próprio legado, Powell adia decisões que os números já autorizariam.
