As expectativas do mercado financeiro para a economia brasileira em 2025 e nos anos seguintes foram atualizadas nesta segunda-feira, 7, pelo Banco Central, por meio do Relatório Focus.
O documento, elaborado com base nas estimativas de mais de 100 instituições financeiras, mostra revisão nas projeções de inflação, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), taxa básica de juros (Selic) e câmbio.
A principal alteração foi na previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025, que caiu pela sexta semana consecutiva. A mediana das projeções passou de 5,20% para 5,18%. Para o ano de 2024, o relatório não apresentou novos dados.
A estimativa para o câmbio em 2025 permaneceu em R$ 5,70. A projeção para o dólar em 2026 caiu de R$ 5,79 para R$ 5,75, mesma estimativa apresentada para 2027. Para 2028, a projeção é de R$ 5,80.
No que se refere ao crescimento da economia, a expectativa para o PIB em 2025 teve leve alta, passando de 2,21% para 2,23%. Para 2026, a projeção recuou de 1,87% para 1,85%. Já para 2027, a estimativa segue em 2,00%. O mesmo percentual é projetado para 2028, que mantém a previsão estável há 69 semanas.
Em relação à taxa Selic, que influencia os juros cobrados no mercado, a mediana das expectativas para 2025 segue em 15%. Para os anos seguintes, o relatório indica queda gradual. A previsão para 2026 ficou em 12,50%. Em 2027, a expectativa é de 10,50%. Para 2028, a taxa é estimada em 10%, patamar mantido por 28 semanas.
As projeções para a inflação nos próximos anos também foram revistas. Para 2026, o IPCA projetado permanece em 4,50%. Em 2027, a estimativa está em 4,00%. Para 2028, a previsão caiu de 3,83% para 3,80%.
O relatório também apresentou novas projeções para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado como referência para contratos de aluguel e reajustes diversos. Para 2025, a projeção recuou de 2,37% para 2,25%. A estimativa para 2026 foi mantida em 4,50%. Para os anos de 2027 e 2028, as projeções permanecem em 4,00%.
Em relação aos preços administrados – que incluem tarifas reguladas como energia elétrica, combustíveis e transportes – as projeções também sofreram alteração. Para 2025, a mediana passou de 4,30% para 4,36%. Para 2026, a estimativa permaneceu em 4,30%. Em 2027, a projeção continua em 4,00%. Para 2028, houve uma leve redução de 3,80% para 3,79%.
O Relatório Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central e representa um termômetro das expectativas do mercado em relação aos principais indicadores econômicos do país. As revisões constantes refletem a percepção de analistas sobre o cenário macroeconômico e as condições que impactam a política monetária e fiscal.
As atualizações no câmbio, na inflação e na taxa Selic são acompanhadas com atenção por agentes econômicos e investidores, uma vez que influenciam decisões sobre consumo, crédito, investimento e política monetária.
A estabilidade das projeções de longo prazo para o PIB, apesar das variações nos demais indicadores, sugere que o mercado mantém perspectiva moderada para o crescimento econômico nos próximos anos, mesmo diante das incertezas relacionadas a política fiscal, ambiente internacional e trajetória das taxas de juros.
As revisões nas estimativas de inflação e de preços administrados também indicam a sensibilidade dos analistas às decisões do governo e do Banco Central em relação à política de controle de preços, tributos e subsídios.
Por fim, a manutenção da previsão de taxa Selic em 15% para 2025, mesmo com queda nas projeções para a inflação, pode indicar expectativa de postura mais cautelosa da autoridade monetária diante do cenário fiscal e cambial, especialmente considerando a volatilidade dos preços e o impacto de variáveis externas.
As próximas semanas deverão trazer novos dados macroeconômicos e decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que poderão influenciar futuras revisões nas projeções apresentadas pelo mercado.