O custo da cesta básica em São Paulo registrou queda de 0,40% em maio, segundo levantamento da Fundação Procon-SP, em parceria com o Dieese. O valor médio passou de R$ 1.369,81, em abril, para R$ 1.364,39 no fim de maio de 2025.
Apesar da redução no mês, a cesta acumula alta de 2,84% em 2025 e de 8,79% nos últimos 12 meses. Os dados reforçam o impacto da inflação sobre os itens de consumo essencial das famílias paulistanas.
Limpeza e higiene puxam a queda de maio
Entre os grupos pesquisados, os produtos de limpeza apresentaram recuo de 2,04%. Os itens de higiene pessoal ficaram 1,78% mais baratos. Já os alimentos tiveram leve redução de 0,16%.
A análise mensal aponta que 25 dos 39 produtos monitorados ficaram mais baratos. A maior queda foi registrada no amaciante, com redução de 5,48%. Em seguida aparecem o papel higiênico (-5,40%), os ovos (-6,18%) e o arroz (-6,23%).
Café, carnes e ovos acumulam as maiores altas em 12 meses
No acumulado de 12 meses, a maior variação positiva foi do café em pó, com aumento de 95,69%. O preço médio da embalagem de 500g passou de R$ 15,31 em maio de 2024 para R$ 29,96 em maio de 2025.
Segundo o Dieese, o encarecimento do café decorre de problemas climáticos nas regiões produtoras e da valorização no mercado internacional.
As carnes também impactaram o orçamento. A carne de segunda sem osso subiu 30,90%, enquanto a carne de primeira teve alta de 28,48%. Os ovos aparecem logo depois, com elevação de 13,54%.
Problemas climáticos e mercado externo influenciam os preços
O levantamento aponta que os preços da cebola subiram 11,43% em maio. A baixa oferta interna e dificuldades na importação de produtos da Argentina explicam a alta.
A batata teve aumento de 9,01% no mês, reflexo da menor qualidade da produção nacional. O café, além da alta anual, subiu 7,54% de abril para maio.
Por outro lado, o extrato de tomate registrou queda de 4,92%, enquanto o frango ficou 1,26% mais barato, influenciado pela realocação de estoques para o mercado interno após um caso de Influenza Aviária.
Tendência de longo prazo mantém trajetória de alta
No acumulado do ano, a alimentação subiu 2,98%, a limpeza teve alta de 2,82% e os produtos de higiene ficaram 1,34% mais caros.
Segundo o Procon-SP e o Dieese, os principais fatores que explicam as oscilações são o clima, a sazonalidade, a variação cambial, o comportamento das commodities e a formação de estoques no atacado.
Além disso, alterações tributárias e os custos logísticos também influenciam a formação dos preços finais ao consumidor.