O ritmo de produção da indústria brasileira recuou 0,2% entre os meses de setembro e outubro, com menor ritmo em quatro dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. Embora tenha havido uma redução, a comparação com outubro de 2023 mostra que a indústria avançou 5,8% e as taxas positivas foram verificadas em 16 dos 18 locais pesquisados.
No acumulado em 12 meses houve alta de 3%, com alta em 17 dos 18 locais analisados, enquanto o índice acumulado no ano teve expansão de 3,4%, com resultados positivos em todos os 18 locais observados. A indústria nacional está 2,6% acima do seu nível pré-pandemia.
A análise mensal mostra que a indústria do Rio de Janeiro (-1,3%) não só foi a maior influência negativa no período como também ocupou o segundo lugar no ranking de maiores recuos na produção industrial. Os principais responsáveis para a performance da indústria fluminense foram os setores extrativos e de máquinas e equipamentos.
O destaque em termos absolutos foi o desempenho da indústria gaúcha (-1,4%), que foi a segunda maior influência negativa ao eliminar parte do avanço de 2% visto no mês anterior. Os segmentos de produtos do fumo; produtos químicos; e celulose, papel e produtos de papel foram os que mais contribuíram para esse resultado.
Segundo Carlos Silva, analista do IBGE, os dados regionais da indústria foram diretamente afetados por fatores macroeconômicos.
“De um lado temos o efeito positivo gerado pelo aquecimento do mercado de trabalho, com expressiva redução do desemprego, e aumento das contratações e do rendimento médio, no consumo das famílias. Além de aumentar a renda familiar, isso beneficia a cadeia produtiva”, explica.
“Por outro lado, a taxa de juros em patamares elevados, encarecendo o crédito, impacta negativamente o consumo das famílias e, no lado da oferta, o investimento na produção industrial. A inflação também vem afetando o poder de compra, provocando redução da demanda e afetando o ritmo de produção da indústria”, ressaltou o analista.