No último sábado (24), João Pedro, de 29 anos, foi preso em Bom Jardim (GO) acusado de atear fogo em fazendas de Goiás. Em depoimento na delegacia, ele alegou que o incêndio foi motivado por questões políticas. “A motivação foi política, mas o interrogado não sabe detalhes sobre os fatos. Que o mandante do crime não disse o nome do proprietário da terra, afirmou apenas que era um desafeto político”, relatou João, um salgadeiro que declarou ter recebido cerca de R$ 300 para provocar as chamas.
A Polícia Militar de Goiás estimou que aproximadamente 700 hectares foram queimados e classificou o prejuízo como “incalculável”. João, que afirmou ter problemas psiquiátricos, foi preso em flagrante enquanto tentava incendiar um pasto na rodovia BR-158. Ele entregou a identidade de um suposto mandante, Rogério Silva, um pedreiro de 33 anos, que também reside na região.
⏯️ Preso em Goiás por queimar fazendas disse que motivação foi política
Salgadeiro João Pedro declarou que recebeu cerca de R$ 300 para atear fogo em fazendas a pedido de uma pessoa de Bom Jardim de Goiás
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— Metrópoles (@Metropoles) August 26, 2024
Rogério negou qualquer envolvimento. “Eu nem atuo no meio político. Eu faço trabalho braçal, eu sei o que o pessoal passa com queimada. Não tenho nada a ver com isso, Deus me livre”, afirmou. Ele confirmou conhecer João de vista, uma vez que o salgadeiro trabalha em uma lanchonete frequentada por caminhoneiros na área.
O delegado Fábio Marques, responsável pelo caso, mencionou que a motivação política e o suposto mandante foram informados de maneira informal. “Não há confirmação disso nos autos, pelo menos por enquanto. O que se tem até agora é o dolo de provocar dano”, disse.
A polícia apreendeu o celular e R$ 307 em espécie que estavam com João no momento da prisão e solicitou uma vistoria para avaliar o dano causado pelo incêndio. Ainda não está claro se a fazenda destruída pertence a um político.
João foi libertado após audiência de custódia no domingo (25). A juíza Leila Cristina concedeu liberdade provisória com a condição de que João não participe de atividades políticas, especialmente durante o período eleitoral, e se apresente quinzenalmente em uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para tratamento psiquiátrico, alegando ser diagnosticado com esquizofrenia.