Índios guarani-caiouás do Sul do Mato Grosso do Sul estão sendo atacados desde às 7h30 da manhã desta segunda (15). Retomadas localizadas nas cidades de Douradina e Caarapó, estão sob cerco de pistoleiros contratados pelos latifundiários. Ao Diário Causa Operária, os índios mandaram áudios e vídeos que denunciam a ação dos pistoleiros armados, como nesse abaixo, no qual o falando em guarani, o índio anuncia que “já estão atacando a gente. Vai ter morte, deles ou nosso”, disse liderança Guarani-Caiouá do tecorrá Kunumy, no município de Caarapó.
Em vídeos enviados à Redação, os índios denunciam ataques com tiros, mas informaram não terem recuado. O número de caminhonetes Hilux chegando é crescente, como mostram abaixo:
Nos vídeos, destacam a chegada das caminhonetes Hilux, que segundo os índios, “chegam atirando”. Uma liderança que pediu para não se identificar, deu ao Diário Causa Operária o seguinte relato:
“Os dois tecorrás Lagoa Rica e Panambi, [no município de] Douradina e tecorrá Kunumy, [no município de] Caarapá, com a demora, esperando a resposta de demarcação de terra para os Guarani-Caiouá do MS, ficou bem lembrando e deixou a fala, quando acaba paciência só fazer nós próprios indígenas autodemarcação e derramar sangue para conquistar a nossa terra sagrada e até quando vamos esperar demarcação cade autoridades, cade a fala do presidente Lula para demarcar nossa terra e se continuar esperar e vamos continuar fazer autodemarcação pelo nosso território.”
Outra liderança denuncia que há pelo menos “dois feridos em estado grave”.
“Bom dia, guerreiras, guerreiros, estamos aqui na Terra Indígena Gwa’aroka, município de Douradina, MS, Brasil. Tivemos vários feridos não muito grave, porém dois feridos grave: o cacique João Paulo, de 52 anos, foi ferido na coxa com arma de fogo não sabemos onde foi levado pelos próprios pistoleiros não sabemos se está no hospital ou não. A Líder Religiosa a Matriarca Nhandesy Seila foi ferida na perna no pé e nos braços está muito ferida está aqui, pois tememos que ela seja torturada lá no hospital, como já aconteceu no Massacre de Terra Indígena Guapoy, em 2022, onde vários caiouás feridos foram levados para o “hospital”, porém chegando, lá foram torturados, por isso pedimos que enfermeiros INDÍGENAS da Sesai seja ordenado para vir até a Terra Indígena Gwa’aroka.”