Indígenas de dezenas de etnias ocuparam a sede da Seduc (Secretaria de Estado de Educação do Pará) nesta última terça-feira (14). Com a presença de mais de cem lideranças, protestaram contra a extinção do Some (Sistema Modular de Ensino), que garante o Ensino Médio em locais distantes das sedes municipais — na educação indígena.
O governador Helder Barbalho quer converter as aulas presenciais em online, ou seja quer implementar uma política de telecurso, num total desprezo pelos professores e povos indígenas.
“A precariedade dessa política tem por objetivo impedir ainda mais o acesso dos indígenas a educação pública e de qualidade”, indica a dirigente da CSP-Conlutas estadual Rosi Pantoja.
Lideranças indígenas, de etnias como munduruku e tupinambá, foram incisivas em repudiar a conversão de aulas presenciais em aldeias ao modelo online e ao fechamento de turmas para substituição pelo ensino à distância.
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O Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) que apoia a mobilização, explica o motivo da revolta dos indígenas no que se diz ser uma farsa do governo a garantia da educação “a grande maioria das comunidades indígenas do Estado não conta com a infraestrutura necessária para a substituição e tal ação do governo é uma grande farsa, pois além da falta de estrutura mínima não existe nas comunidades energia elétrica suficiente e nem sinal de internet”, disse ao G1.
O estado do Pará conta com mais de 50 etnias, a educação presencial é fundamental para crianças e adolescentes e, diante dessa situação de precariedade em que vivem ficaram cerceados desse direito.
“Bem contrário do discurso do Helder, que maquiou dados pra dizer que a educação está em ótima qualidade, e vender uma boa imagem do Pará, no ano da COP 30. Na verdade há uma precariedade na educação que se aprofunda com a política neoliberal de privatização, com objetivo de dar recursos para os empresários e deixar povos originários a míngua”, afirma a CSP-Conlutas/PA.
A Seduc garantiu, em nota, não ser verdade que Some será extinto e afirma que a instituição contiuanrá atuando por meio dos programas.
Os indígenas por sua vez sabem que a política de telecurso desmontará a educação nos territórios e se rebelam contra as demagogias do governo de Helder Barbalho em ano de COP 30.
A CSP-Conluas manifesta solidariedade aos povos indígenas na luta pela permanência do Some e Somei, por mais recursos na educação pública e contra a política de privatização da educação.
Não à privatização da educação!