
A Polícia Federal (PF) revelou que integrantes do chamado “gabinete do ódio” de Jair Bolsonaro (PL) continuaram a espalhar desinformação mesmo após o fim de seu mandato. Com informações do UOL.
Segundo as investigações, que também tratavam da “Abin paralela”, o grupo produziu dossiês com acusações falsas contra membros do governo do presidente Lula (PT), em especial o então ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Entre os indiciados estão o assessor parlamentar Daniel Lemos, ligado ao deputado Pedro Jr (PL-TO), e o influenciador bolsonarista Richards Pozzer.

Diálogos obtidos pela PF mostram que eles coletaram informações sobre administradores do grupo de WhatsApp “Caçadores de Fake News”, criado por aliados do governo do atual chefe de Estado brasileiro. Um dos alvos foi Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
Com as informações em mãos, Pozzer elaborou um dossiê apontando supostos repasses de verba pública a empresas de participantes do grupo, relacionando esses dados à campanha presidencial. Ele compartilhou o material com Daniel Lemos, sugerindo a convocação de envolvidos para prestarem esclarecimentos na Câmara dos Deputados.
A PF afirmou que o conteúdo visava sustentar a narrativa de um suposto “gabinete do ódio” petista.
Em um dos trechos do relatório, Pozzer cita a inclusão de Pimenta no grupo como “prova cabal” da existência desse núcleo. A PF concluiu que o modo de operação dos acusados repete o mesmo padrão já identificado durante a CPI da COVID, com o objetivo de disseminar desinformação.
O influenciador bolsonarista ainda produziu outros materiais, como um dossiê sobre a atuação online da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Para a polícia, ele atuava de forma articulada com a inteligência paralela da Abin e com assessores ligados ao Palácio do Planalto e ao Congresso.
Richards Pozzer foi indiciado por crimes como organização criminosa, tentativa de golpe e obstrução de Justiça. Lemos, por sua vez, responde por peculato, organização criminosa e embaraço à investigação.