O ritmo de alta da inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) perdeu força no mês de junho, levando o índice a subir 0,21% – abaixo dos 0,46% contabilizados em maio.
Com o resultado, a alta de preços acumulada ao longo de 2024 é de 2,48% e, nos últimos 12 meses, o percentual é de 4,23%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O índice acumulado em 12 meses – usado como referência para balizar a inflação oficial – tem perdido força de forma gradual ao longo dos últimos meses. No gráfico abaixo, é possível apurar a variação entre os meses de fevereiro de 2023 (5,60%) e de 2024 (4,50%) – e o ritmo de desaceleração tem se mantido até o momento.
Os grupos que mais avançaram no período de pesquisa foram Saúde e Cuidados Pessoais, que fechou em alta de 0,54%, e Alimentação e Bebidas, com alta de 0,44%, como mostra o gráfico abaixo.
Segundo o IBGE, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve sua variação afetada pelo reajuste dos planos de saúde, de 0,37% – por conta do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 04 de junho, além da alta de 1,69% do item perfumes – neste caso, uma possibilidade para essa alta foi o Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho.
No caso de Alimentação e Bebidas, que desacelerou de 0,62% para 0,44% entre maio e junho, o grupo foi responsável pelo principal impacto na composição do índice, com 21,52% do total.
Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).
A alimentação fora do domicílio (0,37%) registrou variação menos intensa na comparação com o mês anterior (0,50%) por conta dos subitens lanche e refeição que desaceleraram de 0,78% para 0,39%, e de 0,36% para 0,34%, respectivamente.
Índice de difusão
Ao se analisar o índice de difusão do IPCA, que mede a proporção de produtos e serviços com variação positiva dentro do indicador, é possível perceber que o montante de itens em alta apresentou um leve repique entre os meses de maio e junho (de 228 para 238 itens), embora a variação siga abaixo do auge – visto em janeiro de 2024, quando 258 itens apresentaram alta.
Da mesma forma, o total de itens em queda chegou a 139 no mês de junho, mantendo o ritmo de queda em sua composição desde o mês de fevereiro, quando o total de produtos em baixa ficou em 161.
Quanto à difusão dos subgrupos que compõem a inflação oficial, 28 subgrupos ficaram em alta no mês de junho, abaixo dos 34 apurados em maio. Ao se avaliar o resultado no semestre, é possível apurar a oscilação para baixo em tal indicador desde janeiro, quando 35 subgrupos ficaram em alta.
Na parte relacionada aos subgrupos em queda, o índice em junho repetiu a variação vista em fevereiro, quando 16 subgrupos fecharam em queda. Ao mesmo tempo, o número subiu ante os 11 subgrupos vistos no mês de maio.
