Indicadores de Crescimento Financeiro, por Fernando Nogueira da Costa

Indicadores de Valorização pela Financeirização

por Luís Carlos da Silva

Os fundamentos para precificação de ações de uma sociedade aberta se relacionam aos aspectos microeconômicos e setoriais da empresa dentro de contextos macroeconômicos variáveis. O Modelo de Precificação de Ativos de Capital estabelece uma relação linear entre o risco e o retorno esperado de um ativo.

O modelo convenciona todos os investidores serem racionais, terem expectativas homogêneas e buscarem maximizar a utilidade esperada de sua riqueza. Eles emprestariam ou tomariam emprestado à mesma taxa livre de risco.

Contra a contumaz crítica de irrealismo de premissas das teorias convencionais, argumentou em favor da validade de uma teoria econômica ser julgada pela precisão de suas previsões – e não pelo realismo de suas premissas. A principal função de uma teoria seria a sua capacidade de fazer previsões úteis, não necessariamente a veracidade de suas premissas.

A Economia lida com sistemas complexos e, por isso, simplificações são esperadas para tornar a análise inteligível à limitada capacidade de absorção dos cérebros humanos. As premissas irreais são vistas como abstrações capazes de isolar os principais mecanismos econômicos e a construir modelos possíveis de serem analisados e testados.

O foco está nos resultados das teorias e modelos. Se um modelo com premissas simplificadas fornece previsões precisas e úteis, ele é considerado válido dentro de seu contexto de aplicação.

A Economia ortodoxa usa a condição de ceteris paribus para isolar os efeitos de uma variável específica. Embora irrealista, essa abordagem permite a análise de relações causais sem a interferência de múltiplas variáveis simultaneamente.

Daí economistas elaboram modelos econômicos simplórios com foco em partes específicas do sistema econômico, permitindo uma análise mais controlada e incremental. Um modelo gera hipóteses possíveis de ser testadas empiricamente e, se forem falseadas, novas hipóteses serem levantadas.

Por exemplo, a teoria econômica neoclássica baseia-se na premissa de os agentes econômicos serem racionais e tomarem decisões para maximizar sua utilidade ou lucro. Esse individualismo metodológico parte da microeconomia.

Utiliza modelos matemáticos para derivar conclusões a partir de premissas básicas. A lógica dedutiva pressupõe axiomas simples (como a racionalidade dos agentes) e constrói teorias a ser testadas empiricamente.

A análise ortodoxa se concentra no equilíbrio de mercado e na eficiência alocativa, assumindo “mercados completos e perfeitos”, onde todos os agentes econômicos estariam com seus planos satisfeitos, considerando suas restrições orçamentárias e dada disponibilidade de recursos.

A abordagem heterodoxa enfatiza “o que é”, isto é, a importância do contexto histórico, social e institucional nas análises econômicas. Ao invés de generalizações universais, foca nas especificidades de cada situação econômica.

Utiliza métodos indutivos, partindo da observação empírica e histórica para formular teorias. A análise é mais descritiva e qualitativa ao explorar a complexidade das interações econômicas.

Integra insights de outras Ciências Humanas, como Sociologia, Política e Psicologia, para compreender os fenômenos econômicos de forma holística e sistêmica.

Enquanto a teoria neoclássica busca simplicidade e universalidade, através de modelos matemáticos, a abordagem heterodoxa valoriza a complexidade e a especificidade histórica das interações econômicas.

O CAPM divide o risco total de um ativo em risco sistemático e risco idiossincrático. Argumenta os investidores necessitarem se compensados apenas pelo sistemático, porque o idiossincrático é eliminado através da diversificação de portfólio.

Esse modelo é utilizado para determinar o custo do capital próprio de uma empresa, fundamental para a avaliação de projetos de investimento.

A razão entre o valor de mercado das ações e o valor contábil do capital social oferece insights cruciais para medir a alavancagem financeira e entender a percepção dos investidores e credores sobre o valor e o risco da Sociedade Anônima.

Fernando Nogueira da Costa – Professor Titular do IE-UNICAMP. Autor de “Economia de Mercado de capitais à Brasileira” (agosto de 2021). Baixe em “Obras (Quase) Completas”: http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/. E-mail: [email protected].

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