No terceiro dia desde que a Índia lançou a Operação Sindoor, ação militar contra o Paquistão, os confrontos continuam se intensificando.
Nesta sexta-feira (08), o governo paquistanês afirmou que abateu 77 aeronaves não tripuladas, sem contudo, informar, quantas teriam atingido alvos. No dia anterior, defesas antiaéreas paquistanesas foram atingidas em Lahore.
Por outro lado, canais de comunicação no Telegram noticiam que fontes da linha de frente da Índia confirmam que a Base Aérea de Jammu, na Índia, foi atingida por VANTs paquistaneses na noite passada. Sobre isto, o porta-voz militar das forças indianas afirmou que o “Paquistão utilizou VANTs turcos para atacar a Índia”. A respeito disto, um major-general aposentado do Exército indiano ameaçou “explodir” a Turquia, usando o poderio nuclear da Índia, pois a Turquia vem “se comportando mal há algum tempo”.
No entanto, segundo a emissora norte-americana CNN, altos funcionários do Paquistão negaram ter lançado projéteis, incluindo mísseis e VANTs, contra a Índia, e que o país estaria segurando sua resposta militar contra a Índia, para que aliados do país intervenham por uma solução diplomática. Em declaração que segue no sentido contrário, Khawaja Asif, Ministro da Defesa do Paquistão, teria dito em entrevista à 365 News, emissora paquistanesa, que “não temos outra opção senão uma guerra total. Temos que retribuir da mesma forma. A guerra está à nossa porta, não deve haver dúvidas sobre isso”. Igualmente, o porta-voz das forças paquistanesas teria afirmado que “estamos em guerra com a Índia”, acrescentando que “a soberania do Paquistão permanece sob ameaça, e a agressão indiana deve ser respondida”.
Para além das declarações e da propaganda de guerra de ambos os lados, vídeos divulgados em canais de Telegram, possivelmente filmados pela população de Jamú e Caxemira (a Caxemira indiana), mostram a defesa aérea da Índia disparando contra o que aparenta ser ataques em larga escala de VANTs vindos do Paquistão. Foram relatados ataques em Pulwama, Lakhenpur e Srinagar, nesta última com relatos de explosões no aeroporto local, sem precisar se foram interceptações ou impactos.
Em resposta, há relatos de que à Índia lançou ataques de VANTs contra Jalapur Jattan, na região de Punjab, no Paquistão, região onde fica localizada a cidade de Lahore e que faz fronteira com região indiana de Punjab, ambas a sul da Caxemira. Foi igualmente relatado, em canais de Telegram, que a Índia teria realizado fogo pesado de artilharia ao longo da Linha de Controle, a fronteira de fato que divide a região da Caxemira entre Paquistão e Índia.
Vídeos foram divulgados mostrando o que seria a defesa antiaérea paquistanesa disparando contra os ataques indianos, e foi relatado que as autoridades do Paquistão teriam empreendido no distrito de Gujrat, em Punjab, para dificultar os ataques da Índia. De forma semelhante, foram relatados apagões ao longo da fronteira da Índia com o Paquistão.
Em declaração, as forças paquistanesas afirmaram que não haverá “nenhuma redução da tensão” com a Índia até que o país responda totalmente aos ataques realizados pelo país vizinho na quarta-feira (7), conforme noticiado pela emissora Al Jazeera.
No plano internacional, o governo Donald Trump se pronunciou novamente sobre o conflito, através do vice-presidente, J.D. Vance. Ele declarou à emissora Fox News que “ficamos preocupados sempre que potências nucleares colidem e têm um grande conflito”, mas que “não vamos nos envolver no meio de uma guerra que, fundamentalmente, não é da nossa conta“. Disse, no entanto, que “o que podemos fazer é tentar encorajar essas pessoas a acalmarem um pouco a tensão“.
No mesmo sentido, na quinta-feira (8), o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, conversou com o Ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jaishankar, enfatizando “a urgência de uma redução imediata da tensão”. Rubio também “reafirmou o apoio dos EUA ao diálogo direto entre a Índia e o Paquistão e incentivou os esforços contínuos para aprimorar a comunicação”, conforme noticiado pela emissora Russia Today.
A emissora também informa que Trump pediu à Índia e ao Paquistão que suspendessem o que ele descreveu como ações de “olho por olho”, e que estaria disposto a ajudar os países a solucionar a questão.