Índia e Paquistão concordaram, neste sábado (10), com um cessar-fogo imediato, após uma escalada de confrontos militares que resultaram em pelo menos 66 mortes.

O acordo foi inicialmente anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou ter mediado as negociações entre os dois países. Posteriormente, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, e o Ministério das Relações Exteriores da Índia confirmaram a trégua.

O acordo ocorre após os dois países intensificarem os ataques mútuos nesta sexta-feira (9). A escalada teve início em 22 de abril, quando um ataque na região de Pahalgam, controlada pela Índia, matou 26 civis. Em resposta, a Índia lançou ataques aéreos em território paquistanês, resultando em uma contraofensiva por parte do Paquistão.

Ambos os países possuem arsenais nucleares e já enfrentaram três guerras desde sua independência do Reino Unido, em 1947. A Linha de Controle (LoC), que divide a região da Caxemira, continua sendo uma das áreas mais sensíveis e de maior tensão entre os dois países.

Índia versus Paquistão

O analista Ruben Bauer Naveira, em artigo para o GGN, ressalta essa disputa histórica e estrutural, originada com a partição do subcontinente indiano em 1947, tendo a região da Caxemira como o epicentro da crise.

Ele destaca que, recentemente, a Índia adotou medidas que intensificaram ainda mais as tensões. Um exemplo é a suspensão do Tratado das Águas do Indo, que garantia ao Paquistão 80% da água consumida no país — uma ação que Islamabad considera uma declaração de guerra.

Além disso, Naveira menciona que a Índia decidiu cancelar os vistos de paquistaneses em solo indiano, dando-lhes 48 horas para deixar o país. O Paquistão, por sua vez, respondeu de forma semelhante, expulsando cidadãos indianos de seu território.

Segundo o autor, essa postura da Índia reflete uma tendência global de primazia da força, onde a lei internacional tem sido cada vez mais ignorada, e “os maus exemplos abundam”. Exemplos disso são as ações de Israel em Gaza, que mostram como poderosos agem sem se preocupar com as consequências diplomáticas ou jurídicas.

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Last Update: 10/05/2025