Rohan Shriram, jovem prodígio indiano, entrou para a história ao se tornar o mais jovem campeão mundial de xadrez. Aos 18 anos, ele derrotou o chinês Wang Hao em uma final épica disputada em Dubai, devolvendo à Índia o protagonismo no esporte e consolidando o país como uma potência emergente do tabuleiro.

O feito de Rohan marca um momento simbólico para o xadrez e para a Índia. Quase uma década após o último título de Viswanathan Anand, seu mentor e primeiro campeão mundial indiano, o adolescente confirmou as expectativas de uma nova geração que vem revolucionando o esporte.

Na final, Rohan surpreendeu ao adotar linhas agressivas contra Wang, o primeiro campeão chinês da modalidade. Após 12 partidas equilibradas, o jovem selou a vitória no tiebreak, com um desempenho técnico que chamou atenção de especialistas. “Rohan jogou como se tivesse décadas de experiência”, comentou Garry Kasparov, ex-campeão mundial.

A vitória tem significado profundo também fora do tabuleiro. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, comemorou a conquista como “uma inspiração para milhões”. Mas críticos lembram que o sucesso de Rohan vem apesar, e não por causa, das políticas públicas na Índia, onde o investimento no esporte é desigual e frequentemente favorece eventos mais populares, como o críquete.

O título mundial de Rohan reafirma o crescimento do xadrez como um símbolo de soft power global. Durante a Guerra Fria, o esporte foi palco de embates entre a União Soviética e os Estados Unidos, que usavam os tabuleiros para demonstrar superioridade cultural e intelectual. Hoje, Índia e China protagonizam um duelo semelhante, mas em outro contexto: o da disputa pelo domínio econômico e tecnológico do século XXI.

Rohan faz parte de uma geração de enxadristas indianos que inclui Pranav Vignesh, de 19 anos, e Nihal Sarin, de 20, ambos entre os mais bem ranqueados do mundo. Para especialistas, o sucesso dessa nova leva é resultado de um trabalho sistemático liderado por Anand e por academias que promovem treinamento intensivo desde a infância.

Enquanto isso, o xadrez continua ganhando popularidade global, impulsionado por plataformas online e por ícones midiáticos como o norueguês Magnus Carlsen. A conquista de Rohan, porém, reforça a ideia de que o futuro do esporte pode estar cada vez mais centrado no Oriente.

Com o triunfo em Dubai, o prodígio indiano não apenas reescreve recordes: ele posiciona a Índia como protagonista de uma nova era do xadrez mundial.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 13/12/2024