A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou o maior patamar desde o início da atual gestão, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 4, pelo instituto Quaest, em parceria com a Genial Investimentos.

De acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados disseram desaprovar o governo federal, enquanto 40% manifestaram aprovação. Outros 3% não souberam ou preferiram não responder.

Os números refletem uma leve oscilação em relação à pesquisa anterior, realizada em março deste ano, quando 56% afirmaram desaprovar a administração Lula, ante 41% que a aprovavam. A variação entre os dois levantamentos permaneceu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa também investigou a percepção da população em relação ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado em abril.

Segundo o CEO do instituto Quaest, o cientista político Felipe Nunes, o episódio teve impacto direto sobre a imagem do governo e contribuiu para o aumento na desaprovação.

“O desgaste para o governo ficou claro: 31% dos brasileiros responsabilizaram o governo Lula pelo caso; 26% não sabem de quem é a responsabilidade; e apenas 8% colocam a responsabilidade no governo Bolsonaro”, afirmou Nunes em publicação nas redes sociais. Ele também declarou que, nesse tema, “a oposição venceu a guerra de narrativas”.

A desaprovação ao governo apresenta variações significativas conforme a região do país. No Nordeste, 54% dos entrevistados disseram aprovar a gestão Lula, enquanto 44% demonstraram desaprovação. Nesta região, 2% dos participantes não souberam ou não quiseram responder.

O cenário é distinto nas demais regiões. No Sudeste, por exemplo, a desaprovação chega a 64%, enquanto a aprovação é de 32%. O mesmo padrão se repete no Sul, no Centro-Oeste e no Norte, com percentuais de desaprovação superiores aos de aprovação.

Outro ponto abordado pela pesquisa é a comparação entre o governo atual e o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os dados, 44% dos brasileiros avaliam que o governo Lula é pior que o anterior. Já 40% consideram que o governo petista é melhor.

A diferença entre os dois percentuais ultrapassa a margem de erro, embora ainda demonstre um cenário dividido.

A pesquisa também apontou um índice elevado de frustração entre os eleitores. Para 45% dos entrevistados, o desempenho do governo está abaixo do que esperavam. Outros 36% disseram que o governo Lula não é nem melhor nem pior do que imaginavam. Apenas 16% afirmaram que a atual administração superou suas expectativas.

Felipe Nunes, ao comentar esses dados, afirmou: “O escândalo do INSS e as expectativas frustradas sobre o desempenho do governo começam a afetar não só o governo, mas a imagem do presidente”.

O levantamento foi realizado entre os dias 29 de maio e 1º de junho. Foram feitas 2.004 entrevistas presenciais em todas as regiões do Brasil. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Os resultados divulgados refletem uma tendência de estabilidade nos índices de aprovação, mas também indicam a consolidação de uma maioria crítica ao desempenho do governo federal. A persistência de temas negativos na agenda pública e a dificuldade do Executivo em reverter essa percepção foram apontadas como fatores que contribuem para o atual cenário.

A pesquisa da Quaest é um dos principais termômetros da opinião pública no país e tem sido utilizada como referência para avaliação do desempenho do governo federal e das tendências do eleitorado.

O monitoramento constante da aprovação presidencial é considerado relevante por analistas políticos, especialmente em contextos de crise institucional, econômica ou social.

O levantamento também reforça a importância de temas como a gestão previdenciária e o combate à corrupção na formação da opinião dos eleitores.

O escândalo envolvendo o INSS, apesar de ter se tornado público em abril, ainda repercute entre a população e tem afetado diretamente a percepção sobre a capacidade de governança da atual administração.

A próxima rodada da pesquisa Quaest está prevista para o segundo semestre e será acompanhada de perto por integrantes do governo, partidos de oposição e observadores políticos.

Acesse a pesquisa completa clicando aqui.

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Last Update: 04/06/2025