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Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil, tem demonstrado elevado nível de estresse diante da iminente possibilidade de prisão, após ser acusado de envolvimento em uma conspiração para um golpe de Estado.

De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), Garnier foi o único entre os chefes das Forças Armadas a apoiar ativamente o plano golpista liderado pelo então presidente Jair Bolsonaro. “Ele tem demonstrado muito estresse com a investigação e um crescente temor de ser preso”, disse um colega do militar.

Em depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid revelou que, em reunião realizada em 14 de dezembro de 2022, após a derrota eleitoral de Bolsonaro, Garnier teria afirmado que colocaria as tropas da Marinha “à disposição” para apoiar a manutenção do presidente no poder. Essa declaração contrasta com as posições dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, que rejeitaram participar de qualquer ação golpista.

As investigações apontam que o plano incluía o uso de tanques da Marinha para assegurar a continuidade de Bolsonaro na presidência. Conversas obtidas pela PF indicam que Garnier foi referido como um “patriota” que tinha “tanques no arsenal prontos” para a execução do golpe.

A denúncia formal apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) inclui, além de Bolsonaro e Garnier, outros 32 indivíduos, entre ex-ministros e altos oficiais militares. As acusações abrangem crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e conspiração para golpe de Estado. ​

Especialistas apontam que o envolvimento de altos oficiais militares em planos golpistas mancha a imagem das instituições e reforça a necessidade de apurações rigorosas para preservar a democracia brasileira. ​

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Last Update: 21/02/2025