Em fevereiro de 2025, 41,5% da população adulta brasileira estava negativada, segundo levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil. O percentual equivale a 68,76 milhões de consumidores com pendências financeiras registradas.
Na comparação com o mesmo mês de 2024, o total de inadimplentes cresceu 3,22%. Esse cenário de endividamento em alta impõe obstáculos ao consumo, à formalização de negócios e à inclusão financeira.
Soluções de crédito ganham força entre classes C e D
Com mais brasileiros fora do sistema financeiro tradicional, soluções de crédito alternativo têm ganhado espaço. Modelos como nano-crédito, contas digitais simplificadas e plataformas baseadas em tecnologia oferecem novos caminhos para reorganização das finanças pessoais.
De acordo com Rafa Cavalcanti, CEO da fintech CloQ, que atua com microcrédito para consumidores negativados, “é possível criar soluções que restauram a saúde financeira e promovem inclusão real”. Segundo ela, o acesso ao crédito deve ser acompanhado de instrumentos que incentivem o uso responsável dos recursos.
Inteligência artificial permite análise mais justa
Novas tecnologias viabilizam uma avaliação de risco mais precisa e adaptada à realidade de consumidores das classes C e D. Por meio da análise de dados e inteligência artificial, é possível mensurar a capacidade de pagamento sem depender exclusivamente de histórico bancário.
Essas ferramentas permitem que pessoas negativadas encontrem alternativas para recuperar o poder de compra sem recorrer ao endividamento excessivo. A adoção desse tipo de solução reduz barreiras de acesso e viabiliza caminhos para reorganização financeira.
Acesso ao crédito impulsiona o consumo e os pequenos negócios
O aumento no acesso a serviços financeiros reflete diretamente na atividade econômica. Com maior capacidade de consumo e investimento, os negativados passam a movimentar setores estratégicos e a estimular o crescimento de pequenos negócios.
Além disso, trabalhadores informais que utilizam essas plataformas encontram novas formas de formalização, o que amplia sua integração ao mercado e abre espaço para novas oportunidades econômicas e sociais.
Inovação financeira reduz inadimplência e fortalece o mercado
Para Cavalcanti, “o crédito inclusivo não só reduz a inadimplência, como contribui para um ciclo positivo de desenvolvimento econômico e social”. A combinação entre tecnologia, inclusão e responsabilidade pode transformar o setor financeiro em um agente de crescimento mais equilibrado.
