O Hospital DF Star informou, por meio de boletim médico nesta quinta-feira (24), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve passar por novos exames após apresentar uma piora clínica, com elevação da pressão arterial problemas no fígado. 

Bolsonaro está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) desde 13 de abril, após uma cirurgia de 12 horas para corrigir complicações no intestino.

Aparentemente, o paciente se recuperava bem, a ponto de participar de uma live ao lado dos filhos. O ex-presidente, inclusive, chegou a dizer acreditar que estará de alta na próxima segunda-feira (28).

A disposição de Bolsonaro fez com que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizasse a ida de uma oficial de Justiça para intimá-lo, a fim de dar continuidade no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

No entanto, o paciente não recebeu bem a profissional e, como já é de costume quando está sob algum tipo de pressão que o coloque em situações emblemáticas, o presidente teve piora no quadro clínico. 

“[Bolsonaro] será submetido hoje a novos exames de imagem. Continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva. Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa”, informou a equipe médica.

Repúdio

O Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil repudiaram, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira, a exposição indevida e sensacionalista da oficial de Justiça que intimou o ex-presidente na UTI.

A servidora foi recebida por Bolsonaro no início da tarde. “Eu tenho cinco dias para apresentar a minha defesa? É isso mesmo? Cinco dias”, questionou o ex-presidente. 

“A senhora tem ciência de que a senhora está dentro de uma sala de UTI de um hospital?”, continuou Bolsonaro. 

Ele então fez a servidora dizer que a ordem tinha partido do ministro Alexandre de Moraes, a fim de comover os expectadores em nova live, em que a servidora foi exposta sem consentir ou autorizar. 

“Então, o ministro Alexandre de Moraes deu permissão para a senhora vir ao hospital e tomar a minha assinatura?”, armou o réu por tentativa de golpe.

Para as entidades, a exposição “não apenas viola a intimidade e a honra funcional [da oficiala], como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade”.

“Ressaltamos que tal prática tem se tornado recorrente por parte de algumas autoridades públicas e representantes, configurando abuso que ultrapassa os limites do direito de crítica ou manifestação, ferindo a integridade dos profissionais da Justiça que atuam com isenção e em estrita obediência às determinações judiciais”, defendem. 

Leia a nota na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Brasília, 24 de abril de 2025

O Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais (SINDOJAF) e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/BR) vêm a público esclarecer os fatos envolvendo o cumprimento de ordem judicial por uma Oficiala de Justiça plantonista do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrido na data de ontem.

A servidora, no exercício regular de suas funções, recebeu de um Ministro do STF a determinação para dar imediato cumprimento a mandado de citação/intimação dirigido a um ex-Presidente da República, que se encontrava internado em hospital na cidade de Brasília. A Oficiala de Justiça, como é seu dever constitucional e funcional, agiu com total observância da legalidade, estrito rigor técnico e absoluta imparcialidade, limitando-se ao cumprimento da ordem emanada da mais alta Corte do país.

Entendemos que decisões judiciais podem causar desconforto ou insatisfação às partes envolvidas, o que é natural no curso de processos judiciais. Contudo, a manifestação da inconformidade deve ocorrer por meio dos instrumentos legais disponíveis, e não através de práticas que atentam contra a dignidade dos agentes públicos no cumprimento de seu dever.

Diante disso, repudiamos de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da Oficiala de Justiça, conduta que não apenas viola sua intimidade e honra funcional, como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade.

Ressaltamos que tal prática tem se tornado recorrente por parte de algumas autoridades públicas e representantes, configurando abuso que ultrapassa os limites do direito de crítica ou manifestação, ferindo a integridade dos profissionais da Justiça que atuam com isenção e em estrita obediência às determinações judiciais.

O SINDOJAF e a UniOficiais/BR prestarão todo o apoio necessário à Oficiala envolvida e adotarão as medidas cabíveis para responsabilização de atos que visem constranger ou intimidar Oficiais de Justiça no exercício de sua função pública.

Justiça se cumpre, não se constrange.

SINDOJAF – Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais

UniOficiais/BR – Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil

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Last Update: 24/04/2025