A imprensa da própria entidade sionista tem reconhecido o impacto devastador causado pela operação Dilúvio de Al-Aqsa, liderada pelo chefe do birô político do Hamas, o mártir Iahia Sinuar. Segundo artigo publicado na última sexta-feira (2) no jornal Israel Hayom, o colunista Yoav Limor afirma que Sinuar “trouxe à ‘Israel’ o maior desastre desde sua criação”.
A declaração expressa a profunda crise vivida pela ocupação sionista após os acontecimentos de 7 de outubro de 2023, quando a resistência palestina realizou uma das maiores ações de sua história, demonstrando uma capacidade militar e organizativa que abriu uma crise terminal no regime sionista.
Yoav Limor reconhece que Sinuar ensinou duas “lições fundamentais” à ocupação. A primeira, segundo ele, é que “nunca se deve julgar o inimigo por suas palavras, mas por suas capacidades — e jamais subestimá-lo”. A segunda lição é que “os combatentes de Gaza, de sandálias, mostraram-se treinados, perigosos e, mais importante, inteligentes”. A fala é um reconhecimento tardio de que o povo palestino, mesmo sitiado, mantém viva sua disposição de luta, enfrentando um dos aparatos militares mais violentos do mundo com coragem, criatividade e organização.
Outras figuras do aparato militar sionista endossaram esse diagnóstico. O general da reserva Israel Ziv declarou que o Hamas está “operando com mais inteligência do que ‘Israel’”. Para Ziv, enquanto a resistência adota a guerra de guerrilhas, a entidade sionista “segue presa a uma doutrina de manobras que opera contra seus próprios interesses”.
As declarações ocorrem em meio à persistente resistência palestina diante da ofensiva genocida na Faixa de Gaza. A resistência reafirma diariamente sua disposição de enfrentar qualquer nova escalada promovida pela ocupação.
A confissão mais contundente, no entanto, veio do ex-chefe do Estado-Maior das forças armadas sionistas e atual deputado no Knesset, Gadi Eisenkot, que afirmou: “os princípios fundamentais da doutrina de segurança nacional de ‘Israel’ colapsaram no dia 7 de outubro, no maior fracasso desde a criação do Estado”.
No dia 18 de outubro de 2024, o Hamas anunciou a morte de Iahia Sinuar, comandante da operação Dilúvio de Al-Aqsa. Segundo o movimento, Sinuar tombou como combatente durante uma ofensiva no campo de refugiados de Tal al-Sultan, em Rafá, no sul da Faixa de Gaza. Ao contrário da propaganda mentirosa divulgada pela ocupação — que o acusava de se esconder em túneis e utilizar prisioneiros como escudo —, Sinuar enfrentava as tropas sionistas em combate direto, vestindo uniforme militar, portando colete, granadas, munições e um fuzil.
Mesmo gravemente ferido, coberto de poeira e com um kefié palestino no rosto, Sinuar foi visto tentando resistir até o último instante. Um vídeo divulgado pela ocupação sionista mostra que ele jogou um pedaço de pau contra um drone do exército israelense antes de ser novamente bombardeado. Morreu como viveu: lutando.