Veículos de vários países registraram as sanções e restrições de visto anunciadas pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, contra ex-funcionários brasileiros e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em razão de sua participação no programa Mais Médicos.
A repercussão internacional destacou a escalada de hostilidade dos Estados Unidos contra o governo Lula e contra Cuba, com a retomada de medidas de “pressão máxima” contra as missões médicas cubanas.
O Politico destacou que as restrições de visto “fazem parte de uma estratégia mais ampla de Washington para punir governos que colaboram com o programa médico internacional de Cuba”, ampliando o alcance das sanções a países que mantêm parcerias na área da saúde com Havana.
A Reuters trouxe o contraponto de Havana, registrando a fala de Johana Tablada, vice-diretora-geral para Estados Unidos no ministério das Relações Exteriores de Cuba, que afirmou que “a cooperação médica de Cuba com outros países continuará, apesar das sanções”.
Tablada também criticou as prioridades de Washington, que segundo ela “financia o genocídio de Israel contra a Palestina e ataca serviços de saúde para populações vulneráveis”.
A Newsweek registrou a posição do vice-ministro das Relações Exteriores, Carlos Fernández de Cossio, que defendeu que as missões médicas cubanas “são legítimas, salvam vidas e apoiam comunidades em diferentes países”.
O Miami Herald acrescentou que o tema reacendeu debates sobre o papel da Organização Pan-Americana da Saúde e a cooperação entre Cuba e o Brasil na área médica.
Segundo a Al Jazeera, a medida “faz parte da política de pressão máxima dos Estados Unidos contra Cuba”
Na imprensa de língua espanhola, o El País classificou a medida como parte de uma escalada contra Brasília e destacou a retórica de Rubio ao descrever o Mais Médicos como fraude diplomática.
O argentino La Nación apontou que a decisão integra o endurecimento da política de Washington contra Cuba e busca atingir países que mantêm vínculos médicos com a ilha.
Já o mexicano Excélsior registrou que as sanções foram anunciadas como parte de um pacote mais amplo de restrições na América Latina, inserindo o Brasil no alvo da estratégia regional dos Estados Unidos.