Kseniia Petrova, a cientista que deixou a Rússia em 2021 após protestar contra a invasão da Ucrânia. Foto: Divulgação

A cientista russa Kseniia Petrova, de 30 anos, está detida há quase dois meses em um centro de imigração no estado da Louisiana, nos Estados Unidos, após ser barrada ao tentar retornar ao país com amostras de embriões de sapo destinadas a pesquisas da Universidade de Harvard.

O caso tem chamado atenção da comunidade científica internacional e de opositores do governo de Vladimir Putin, que alertam para os riscos da deportação da jovem.

Petrova, formada pelo prestigiado Instituto de Física e Tecnologia de Moscou, foi recrutada para trabalhar em um laboratório da Faculdade de Medicina de Harvard, onde integrava uma equipe que estuda como as células podem se rejuvenescer.

Em fevereiro, ao retornar de uma viagem à França com material biológico solicitado por seu orientador, foi detida no Aeroporto Internacional Logan, em Boston, por não declarar as amostras à alfândega americana.

Segundo especialistas, a infração normalmente resulta apenas em multa administrativa. No entanto, o agente da imigração decidiu cancelar o visto da cientista e iniciar um processo de deportação. Durante a abordagem, Petrova afirmou que temia retornar à Rússia por sofrer perseguição política após participar de protestos contra a guerra na Ucrânia.

Instalação de Detenção Richwood, localizada em Monroe. Foto: Divulgação

Desde então, ela está custodiada no Centro de Detenção Richwood, em Monroe, onde divide espaço com cerca de 90 imigrantes, a maioria mulheres latino-americanas em situação irregular. O local possui apenas cinco banheiros e rotinas rígidas. Petrova relatou que passa os dias lendo livros sobre biologia e jogando xadrez quando permitido pelos agentes.

A cientista entrou com pedido de asilo político, mas o Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA já negou duas vezes sua liberdade condicional, alegando risco de fuga e ameaça à segurança nacional — uma decisão criticada por ativistas e colegas de Harvard.

“Ela é provavelmente a cientista mais competente que já vi”, disse o pesquisador Leon Peshkin, seu supervisor em Harvard. “Estou na universidade há 20 anos e nunca vi alguém tão dedicada.”

Petrova fugiu da Rússia dois dias após ser presa e multada por protestar contra a guerra, em março de 2022. Desde então, vivia como pesquisadora internacional. Ela afirma que voltar ao seu país significa correr o risco de ser detida, ou pior, por ter se posicionado contra o governo russo.

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Last Update: 12/04/2025