O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, reforçou que as boxeadoras Fatima Khelif e Lin Yu-ting são mulheres, conforme indicado em seus passaportes.
Bach declarou que não havia dúvida sobre a identidade de gênero das atletas, apesar das controvérsias envolvendo a diferença de desenvolvimento sexual (DSD) de ambas competidoras. No entanto, sua afirmação gerou confusão quando ele mencionou incorretamente a questão do DSD, o que levou o COI a emitir uma correção, esclarecendo que o caso não se trata de uma questão transgênero.
Ele afirmou que Khelif e Lin foram “nascidas como mulheres, criadas como mulheres, têm passaportes como mulheres e competem como mulheres há muitos anos”, definindo isso como a clara definição de uma mulher. Sua declaração visava reafirmar a legitimidade das atletas em competições femininas, apesar das críticas.
A controvérsia gerou revolta entre defensores da justiça no esporte, especialmente após as recentes vitórias de Khelif e Lin sobre seus adversários.
Bach e seu porta-voz, Mark Adams, criticaram a Associação Internacional de Boxe (IBA) por supostamente alimentar a polêmica. A IBA, que foi suspensa como entidade responsável pelo boxe olímpico em 2019, anunciou recentemente que premiará Angela Carini, que perdeu para Khelif em uma luta de apenas 46 segundos.
Bach acusou a IBA, presidida por Umar Kremlev, de realizar uma campanha de difamação contra o COI e contra os Jogos Olímpicos. Ele afirmou que a IBA fez uma série de comentários difamatórios contra a França e contra o próprio COI, sugerindo que o descontentamento russo tem alimentado a polêmica sobre as atletas.
Em resposta ao crescente apelo para que o COI tome medidas, Nicola Adams, campeã olímpica britânica, e Lisa Nandy, Secretária de Cultura, expressaram desconforto com a situação. No entanto, Bach afirmou que o COI não participará de uma “guerra cultural politicamente motivada”. Ele convidou aqueles que questionam a definição de mulher a apresentar uma nova definição científica, reforçando a posição do COI contra a politização do debate.
Organização Mundial de Boxe discorda do COI
István Kovács, vice-presidente europeu da Organização Mundial de Boxe, revelou que havia alertado o COI sobre as regras de gênero no boxe feminino desde 2022.
Kovács destacou que o problema não era o nível de testosterona de Khelif, que pode ser ajustado, mas sim o resultado do teste de gênero que indicava que Khelif é biologicamente masculina. A federação nacional de boxe da Hungria está considerando um desafio legal sobre a elegibilidade de Khelif para lutar com mulheres nos Jogos.
As informações são do Telegraph.