Na última terça-feira (13), o ator francês Gérard Depardieu, de 76 anos, foi condenado a 18 meses de prisão por supostas agressões sexuais, segundo as agências de notícias Reuters e Associated Press. A sentença, emitida por um tribunal francês, refere-se a dois supostos incidentes ocorridos em 2021, durante as filmagens de Les Volets Verts, envolvendo uma contrarregra de 54 anos e uma assistente de produção de 34 anos, que alegaram toques inadequados no set de filmagem. A pena não será cumprida imediatamente, com possibilidade de suspensão condicional ou recurso pela defesa.

Ausente do julgamento ocorrido em março de 2025, Depardieu negou as acusações, admitindo apenas ter usado “linguagem vulgar e sexualizada” e tocado os quadris de um cenógrafo em uma discussão, sem intenção sexual. Ícone do cinema francês, com mais de 200 produções, o astro é alvo de outras denúncias de assédio, impulsionadas pelo movimento imperialista “MeToo”, que se notabilizou por criar campanhas de histeria identitária apoiadas pelos órgãos de propaganda do imperialismo.

A condenação de Depardieu decorre de denúncias de duas profissionais do set de Les Volets Verts. A contrarregra Amélie Kyndt, de 54 anos, relatou que, em setembro de 2021, o ator a segurou com força, prendendo-a entre suas pernas e tocando sua cintura, abdômen e seios. Segundo o procurador Laurent Guy, três testemunhas corroboraram o relato, descrevendo o incidente como uma “agressão sexual clara”.

Kyndt afirmou que temeu represálias devido ao peso de Depardieu na indústria, declarando: “ele é um monstro sagrado e eu era apenas uma contrarregra”. A assistente de produção, de 34 anos, cuja identidade não foi revelada, alegou que Depardieu tocou seus glúteos e seios em três ocasiões, duas no set e uma fora dele. Ela informou colegas na época, mas o ator teria respondido com insultos.

Na condenação, o tribunal de Paris determinou ainda que Depardieu pague 15 mil euros a Kyndt e 14.040 euros à assistente, cobrindo custos médicos e danos por “vitimização secundária”. A sentença também incluiu sua inscrição no registro nacional de agressores sexuais.

Depardieu, em depoimento, negou qualquer abuso, afirmando: “falo de forma crua, como digo ‘xixi’ ou ‘cocô’ a uma criança, mas nunca machuquei uma mulher”. Seu advogado, Jérémie Assous, classificou as acusações como “mentiras orquestradas” e prometeu recorrer, alegando que as denunciantes buscavam indenizações de até 30 mil euros. Kyndt, por sua vez, celebrou: “é uma vitória para todas as vítimas”.

Além do caso de 2021, Depardieu enfrenta acusações de mais de 20 mulheres, incluindo a atriz Charlotte Arnould, que o denunciou por estupro em 2018. Esse processo segue em andamento, com julgamento requisitado pelo Ministério Público de Paris. Outras denúncias foram arquivadas por falta de provas ou prescrição.

A atriz Anouk Grinberg, colega de Depardieu em Les Volets Verts, testemunhou contra ele, afirmando: “seus comentários obscenos eram constantes”. Já Fanny Ardant, que também trabalhou com o ator, defendeu-o, citando sua “generosidade”. Em 2023, 56 artistas, incluindo Carla Bruni, assinaram uma carta chamando as acusações de “ataque à arte”.

A condenação de Gérard Depardieu é parte de uma campanha orquestrada pelo movimento imperialista “MeToo”, que, sob a justificativa de combater abusos, transforma episódios corriqueiros em casos policiais para cancelar figuras públicas e fortalecer o clima de histeria.

A escolha de Depardieu como alvo não é aleatória. Sua relevância cultural e estilo controverso o tornam vulnerável a uma agitação que depende de vilões para manter sua força.

As acusações são divulgadas pela imprensa imperialista alinhada ao movimento. O “MeToo”, ao transformar qualquer comportamento em escândalo, promove uma política repressiva que visa restringir os direitos de toda a população. Afinal, a maioria das denúncias contra o artista se baseiam em coisas que ele teria dito, um ataque a seu direito à liberdade de expressão.

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Last Update: 14/05/2025