O Ibovespa atingiu seu maior nível nominal da história — 138.963 pontos — mas convém conter a euforia. O recorde, alardeado como sinal de confiança no mercado, desmancha ao menor ajuste pela realidade inflacionária. Em termos reais, o índice ainda está 27,6% abaixo do pico de 2008, segundo cálculos levantados por Einar Rivero (foto/reprodução internet), CEO da Elos Ayta. Para o investidor estrangeiro, a decepção é maior: a valorização em reais não compensa a depreciação cambial do período. A narrativa do “melhor momento histórico” ignora que o número absoluto, sem correção monetária, é apenas um efeito ótico. O mercado subiu, sim — mas menos do que se quer vender. E, definitivamente, menos do que a política monetária e fiscal instável permite comemorar. A verdade: o investidor que comprou Ibovespa em 2008 ainda espera recuperar seu poder de compra.
