O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,36% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração frente ao avanço de 0,43% observado em abril.

A taxa acumulada em 12 meses atingiu 5,40%, ficando abaixo da expectativa de 5,49% projetada por analistas consultados pela agência Reuters. Para o mês, as projeções apontavam um aumento de 0,44%. No acumulado de 2024, a inflação medida pelo IPCA-15 chegou a 2,80%. Em maio de 2023, o índice havia subido 0,44%.

Os grupos que mais contribuíram para o resultado de maio foram Habitação e Saúde e cuidados pessoais. O grupo Habitação teve variação de 0,67% e contribuiu com 0,10 ponto percentual no índice geral. Já Saúde e cuidados pessoais avançou 0,91%, com impacto de 0,12 ponto percentual.

Entre os itens que exerceram maior pressão, destaca-se a energia elétrica residencial, com alta de 1,68%, responsável por 0,06 ponto percentual do IPCA-15 de maio. O aumento está relacionado à reativação da bandeira tarifária amarela, que implica cobrança adicional nas contas de luz.

Os preços de medicamentos também subiram, com avanço de 1,93%, em razão do reajuste autorizado de até 5,09% desde o fim de março. Esse movimento influenciou diretamente o grupo de Saúde e cuidados pessoais.

Por outro lado, o único grupo a apresentar queda foi Transportes, com recuo de 0,29%. Dentro desse grupo, o maior impacto veio da redução de 11,18% nos preços das passagens aéreas. Também houve queda nas tarifas de ônibus urbanos em algumas capitais, reflexo de políticas de gratuidade aos domingos e feriados.

O grupo Alimentação e Bebidas apresentou desaceleração, passando de uma alta de 1,14% em abril para 0,39% em maio. Contribuíram para esse comportamento a redução nos preços de alimentos como tomate (-7,28%) e arroz (-4,31%). Em contrapartida, a batata-inglesa (21,75%) e a cebola (6,14%) apresentaram aumentos expressivos, o que limitou a queda do grupo.

Todas as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE registraram inflação positiva no mês. Goiânia apresentou a maior alta regional, com 0,79%, influenciada principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis. Já Curitiba teve o menor índice, com variação de 0,18%.

O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e utiliza uma metodologia semelhante. A principal diferença está no período de coleta de dados, que, no caso do IPCA-15, vai da segunda metade do mês anterior até a primeira quinzena do mês de referência.

A desaceleração observada em maio ocorre em um contexto de atenção do mercado e do Banco Central às tendências inflacionárias, especialmente diante da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Embora o índice mensal tenha vindo abaixo das expectativas, o nível acumulado em 12 meses continua acima do centro da meta estipulada para o ano, o que mantém o foco sobre decisões futuras da política monetária.

O resultado do IPCA-15 será um dos indicadores observados nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá os rumos da taxa básica de juros (Selic). O comportamento dos preços dos serviços, dos alimentos e da energia deve continuar sendo monitorado com atenção pelas autoridades econômicas.

O próximo boletim do IPCA completo será divulgado pelo IBGE no início de junho, com dados consolidados de todo o mês de maio.

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Last Update: 27/05/2025