O Brasil chegou a 213,4 milhões de habitantes em 1º de julho de 2025, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicada no Diário Oficial da União.
O levantamento indica um crescimento de 0,39% em relação ao ano anterior, o equivalente a 837 mil pessoas a mais. Na comparação com o Censo de 2022, quando a população era de 203 milhões, o aumento é de 5,1%.
As projeções de longo prazo apontam que a população brasileira continuará crescendo até 2041, quando deve atingir o pico de 220,4 milhões de pessoas. A partir de 2042, inicia-se um processo de queda, estimado em 199,2 milhões de habitantes até 2070.
Os dados também indicam que alguns estados passarão a registrar diminuição no número de moradores já nesta década: Rio Grande do Sul e Alagoas devem encolher a partir de 2027, seguidos pelo Rio de Janeiro, a partir de 2028.
Esse cenário é resultado de dois fatores principais: a queda do número médio de filhos por mulher e o envelhecimento progressivo da população brasileira.
Estatísticos apontam que o país vive o fim do chamado bônus demográfico, período em que a população em idade ativa é maior do que a de idosos e crianças, o que favorece o crescimento econômico.
Esse bônus, iniciado há cerca de 50 anos, tende a se encerrar antes de 2030, aumentando a pressão sobre a saúde pública, por exemplo.
Extremos populacionais do país
Os dados do IBGE confirmam que São Paulo permanece como o estado mais populoso do Brasil, com 46,08 milhões de habitantes, o equivalente a 21,6% da população total. Isso significa que um em cada cinco brasileiros vive em território paulista.
O número de moradores do estado supera inclusive a soma dos outros três estados da região Sudeste — Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo — que juntos somam 42,7 milhões. A capital paulista também aparece como a cidade mais populosa do país, com 11,9 milhões de habitantes.
Na outra ponta, Roraima mantém a menor população do Brasil, com 738,7 mil habitantes, seguido por Amapá (806,5 mil) e Acre (884,3 mil). Embora pequeno em números absolutos, o estado de Roraima apresenta a maior taxa de crescimento proporcional do país.
Estados que mais crescem e os que menos avançam
De acordo com a nova estimativa, Roraima foi o estado que mais cresceu proporcionalmente em 2025, com alta de 3,07% em relação ao ano anterior. Na sequência, aparecem Santa Catarina, que avançou 1,60%, e Mato Grosso, que registrou expansão de 1,49%.
Entre os que menos cresceram estão o Rio de Janeiro e Alagoas, ambos com aumento de apenas 0,02%, e o Rio Grande do Sul, com 0,03%. Em números absolutos, São Paulo acrescentou mais de 100 mil moradores em um ano, enquanto Roraima somou pouco mais de 22 mil, mas proporcionalmente foi o estado com maior salto populacional.
Para que servem as estimativas do IBGE
As estimativas de população são um instrumento fundamental para a administração pública. Elas servem de parâmetro para que o Tribunal de Contas da União (TCU) defina os repasses de recursos da União aos estados e municípios por meio dos fundos de participação.
Também funcionam como base para o cálculo de indicadores sociais e econômicos que orientam políticas públicas em diferentes áreas.
Diferentemente do Censo, que é realizado a cada dez anos por meio de visitas domiciliares — a última edição ocorreu em 2022 —, as estimativas são atualizadas anualmente pelo IBGE a partir de registros de nascimentos, óbitos e migração. Para projeções nacionais de longo prazo, o instituto também considera dados sobre mortalidade, fecundidade e fluxos migratórios.