IBGE e Serpro lançam programa para antecipar cenários e modernizar políticas públicas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) lançaram, nesta terça-feira (24), em Brasília, o Programa Nacional de Inteligência e Governança Estatística e Geocientífica. A proposta visa subsidiar políticas públicas com base em análises preditivas, antecipando cenários e fortalecendo a capacidade do Estado de atuar de forma mais estratégica.

A cerimônia de lançamento, realizada no auditório do Serpro, reuniu autoridades, gestores e especialistas, além de marcar a adesão de oito órgãos públicos federais ao programa.

Uma nova era na formulação de políticas

O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, celebrou o que chamou de um marco na articulação entre diferentes esferas do governo: “Estamos falando de sete ministérios, que vão desde o Ministério de Relações Exteriores ao Ministério do Desenvolvimento Social e do Planejamento — ministérios comprometidos com políticas públicas e que desejam inovar por meio das informações que o IBGE poderá oferecer”.

Segundo Pochmann, trata-se de uma virada na forma de pensar políticas públicas no Brasil. “Em geral, as políticas públicas que temos no país são feitas com base na realidade observada. Agora, teremos a possibilidade de apresentar informações que preparam melhor as instituições para intervir em uma realidade em transformação”, afirmou.

Parceria estratégica com o Serpro

Para Ariadne Fonseca, diretora de Negócios Econômico-Fazendários do Serpro, a parceria une duas instituições com excelência técnica e décadas de contribuição ao país. “Combinamos duas grandes instituições com décadas de história em prol do público e da melhoria do país”, disse. Segundo ela, o Serpro aporta ao programa sua robustez tecnológica, segurança da informação e expertise no uso de modelos computacionais avançados.

Plataforma robusta e foco no futuro

O programa prevê o desenvolvimento, entre 2025 e 2026, de plataformas analíticas capazes de processar grandes volumes de dados de diversos órgãos públicos. O objetivo é gerar informações confiáveis que orientem políticas públicas com base em evidências e projeções. A iniciativa está alinhada ao Sistema Nacional Soberano de Geociência, Estatísticas e Dados (Singed), também coordenado pelo IBGE.

Apoio institucional e entusiasmo nos ministérios

João Villaverde, secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), exaltou o papel estratégico do IBGE: “O Brasil precisa de mais IBGE, e não menos. Seja para o setor público, privado ou terceiro setor, só é possível tomar decisões eficientes com boas informações e de forma tempestiva”.

Outros representantes de ministérios também reforçaram a importância da iniciativa:

  • INSS: Gilberto Waller Júnior disse que o programa “casa diretamente com os desafios do INSS”.
  • Desenvolvimento Social: Osmar Júnior comparou o momento ao “Império, à Revolução de 30 e, agora, à era da soberania de dados”.
  • Trabalho e Emprego: Paula Montagner lembrou que “uma informação boa que chega três anos depois é quase inútil”.
  • Itamaraty: Bruno Abreu apontou a necessidade de transformar “estimativas em dados”, como no caso dos brasileiros no exterior.
  • Inep: Manuel Fernando Melo destacou o impacto da iniciativa sobre projeções educacionais.
  • Fundacentro: Pedro Tourinho ressaltou que a parceria vai ajudar a combater a subnotificação de acidentes de trabalho.

Próximos passos

O assessor da Presidência do IBGE, Denis Maracci, anunciou que as oficinas do programa começarão já em julho. Um hotsite será lançado para acompanhar as ações, reforçando o compromisso com a transparência. Segundo ele, outras instituições já demonstraram interesse em aderir ao programa, o que sinaliza seu potencial de expansão.

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