A greve dos professores do Distrito Federal se estende por sua quarta semana, um reflexo direto da intransigência do governador Ibaneis Rocha (MDB), que se recusa a atender as reivindicações da categoria. Com a próxima assembleia marcada para esta terça-feira (24), os educadores se preparam para deliberar a continuidade da paralisação e reforçar a luta pelo reajuste salarial de 19,8%, além de importantes mudanças na carreira que valorizem a experiência e a formação profissional.
Entre as essas reivindicações, está a possibilidade de que professores contratados temporariamente tenham seu tempo de serviço reconhecido ao serem efetivados, o que impactaria diretamente seu enquadramento nos padrões de aumento salarial. Demandam ainda a ampliação do percentual de acréscimo a cada nova mudança de padrão e a valorização da progressão horizontal, que reconhece especializações, mestrados e doutorados com percentuais de aumento salarial mais significativos.
A política do governo Ibaneis, porém, tem sido de confronto e ameaça. Sem qualquer pudor, o governador declarou publicamente que realizará corte de ponto dos grevistas, desafiando a resistência dos trabalhadores. “Nós vamos fazer corte de ponto e ver quantos dias eles vão aguentar”, afirmou Ibaneis, demonstrando seu desprezo pela mobilização. Além disso, ele já adiantou que não haverá reajuste salarial para nenhuma categoria do funcionalismo público em 2025, usando a falácia do “equilíbrio fiscal” como justificativa para o ataque aos servidores.
A truculência do governo não se limitou às palavras. Após a assembleia realizada em 16 de junho, que confirmou a continuidade da greve, os professores realizaram uma marcha em direção à Secretaria de Educação, onde foram recebidos com repressão policial. Vídeos circularam mostrando policiais militares disparando spray de pimenta diretamente no rosto de uma professora, em mais um ato de violência estatal contra os educadores.
Diante da intransigência e da repressão do governo de Ibaneis Rocha, a manutenção da greve é uma necessidade inadiável. A assembleia dos educadores nesta terça-feira deve reafirmar a paralisação até que todas as reivindicações sejam atendidas.