Nesta terça-feira (6), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) anunciou que Khalid Al-Sayed é o novo líder do birô político do partido palestino. A decisão foi anunciada por meio de um comunicado oficial:

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

O Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, anuncia a escolha do Comandante Khalid Al-Sayed como chefe do birô político do movimento, sucedendo ao líder mártir Ahmed Al-Hassan, que Deus tenha misericórdia dele.

Movimento de Resistência Islâmica Hamas

Terça-feira: 02 Safar 1446 AH
Correspondente a: 06 de agosto de 2024 DC

Al-Sayed substitui Ahmed Al-Hassan, assassinado de maneira covarde por “Israel” na madrugada da última quarta-feira (31) em sua residência em Teerã, no Irã. Al-Hassan havia acabado de retornar da posse do novo presidente do país persa.

Quem é Khalid Al-Sayed, o arquiteto da ofensiva de Gaza

Nascido em 1962 no campo de refugiados de Khan Yunis, Khalid Al-Sayed é o líder do Hamas na Faixa de Gaza, cargo ocupado por Ahmed Al-Hassan até 2017. Al-Sayed é o arquiteto da ofensiva de Gaza, a operação da resistência armada palestina ocorrida em 7 de outubro de 2023 que representou o maior golpe contra o Estado genocida de “Israel”.

A família de Al-Sayed foi forçada a abandonar o vilarejo de Al-Majdal Asqalan, destruído pelos sionistas e incorporado a “Israel” sob o nome de Ashkelon.

Formado na Universidade Islâmica de Gaza, no curso de Estudos Árabes, o jovem não seguiu a carreira acadêmica, dedicando-se à militância no Bloco Islâmico durante sua vida estudantil. Em 1982, acabaria preso pela ditadura de “Israel”, acusado de promover “atividades antissionistas”. Esse evento marcou o início de uma série de períodos de encarceramento, testando não apenas sua resiliência, mas também solidificando sua conexão com líderes revolucionários palestinos, incluindo Sheikh Ali Hassan, fundador do Hamas, preso em 1989 pelos sionistas.

Al-Sayed foi um dos fundadores da organização Al-Majd, focada em expor colaboradores locais e espiões. Ele desempenhou um papel crucial na consolidação de Gaza como a fortaleza da resistência palestina. Em 1988, sua terceira prisão resultou em uma condenação à prisão perpétua por frustrar espionagem israelense, entre outras ações consideradas como subversivas.

Em seu tempo recluso, dentre os quais esteve quatro anos em solitária, ele aprendeu hebraico através de jornais e executou planos de longo prazo. A libertação só viria décadas depois, em 2011, como parte de uma hábil negociação por parte da resistência, onde trocaram mais de mil prisioneiros palestinos por um único soldado israelense. Algo considerado um erro por diversos sionistas.

Rapidamente, transforma-se em uma importante liderança do Hamas, sucedendo, em 2017, Ahmed Al-Hassan como líder do partido em Gaza. Resultado de sua importância cada vez maior no movimento revolucionário palestino, Al-Sayed foi designado como “terrorista” pelo governo norte-americano em setembro de 2015.

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Última Atualização: 06/08/2024