O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, acusou o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, de “alimentar tensões de guerra” ao afirmar que a Rússia poderia atacar o bloco dentro de alguns anos. A crítica foi publicada na sexta-feira (12), após Rutte dizer que “somos o próximo alvo da Rússia” e pressionar os países-membros a ampliar gastos militares, alegando que Moscou poderia estar pronta para usar força militar contra a OTAN “dentro de cinco anos”.
Em publicação nas redes, Szijjarto classificou as falas como irresponsáveis e provocativas. Disse que, depois das declarações do dirigente da aliança, “se alguém ainda tinha dúvidas” sobre a política em Bruxelas, estaria “finalmente convencido” de que “perderam a cabeça”. O chanceler húngaro afirmou ainda que tais falas se voltam contra tentativas de negociação e atacam esforços de paz apresentados por Donald Trump, dizendo que Rutte teria “apunhalado as conversas de paz pelas costas”.
A Hungria vem se chocando com setores da União Europeia e da OTAN ao defender negociações e criticar o envio contínuo de armas a Kiev, sustentando que a política de escalada prolonga o conflito. Budapeste também denuncia as sanções econômicas contra a Rússia como prejudiciais à própria economia europeia e se opõe ao uso de ativos russos congelados para financiar o governo ucraniano, apontando ilegalidade na medida.
Autoridades russas rejeitam a tese de que planejem atacar a OTAN e apontam que o “perigo russo” é usado como pretexto para rearmamento e militarização acelerada no continente.