O governo da Hungria, afundado em uma situação financeira delicada, solicitou um empréstimo de 1 bilhão de euros (6,1 bilhões de reais) aos bancos chineses, informou a Agência Nacional da Dívida (AKK) nesta quinta-feira.
Esse acordo, concluído em abril com o banco estatal China Development Bank, o banco de importação e exportação da China e a filial húngara do Bank of China Limited, permitirá financiar o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e de energia.
O empréstimo, cujas condições não foram reveladas, é de três anos.
A Hungria teve que adiar este ano vários investimentos públicos devido a um crescimento econômico fraco e aos fundos europeus bloqueados. Bruxelas congelou bilhões de euros por causa das dúvidas sobre o estado da democracia e a corrupção, que cresce no país.
Atualmente, o déficit chega a 4,5% do PIB, o que supera o limite dos 3% estabelecidos pelo Pacto de Estabilidade.
Em junho, a Comissão Europeia anunciou que abriu um procedimento disciplinar contra a Hungria, e contra outros seis países, por não respeitar as regras financeiras do bloco relativas ao nível de seus déficits orçamentários.
Sob o comando do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban, no poder desde 2010, a Hungria estreitou seus vínculos com a China, que se tornou o principal investidor neste país da Europa central no ano passado.
O presidente chinês Xi Jinping foi recebido em maio em Budapeste, onde elogiou as relações bilaterais entre os dois países.
E Orban, cujo país assumiu este mês a presidência rotativa da União Europeia, viajou em 8 de julho a Pequim no marco de uma missão de paz com o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia.