Pessoas sensíveis e menores, abster-se de ler a Folha
Pedem as cabeças do Vale-Gás, Pé-de-Meia, da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada para restaurar “a potência da política monetária”.
Por Hugo Souza, em Come Ananás
Em janeiro, numa entrevista ao blog de Miriam Leitão, n’O Globo, entrevista ao blog de Miriam Leitão, Samuel Pessoa afirmou que “se a taxa de desemprego cai muito, a inflação começa a sair do controle”. “É fato”, bafejou o economista. Na entrevista, Pessoa disse ainda que no Brasil, no curto prazo, “a taxa de desemprego vai ter que subir ou a inflação vai continuar acelerando”.
E nós que pensávamos que o mandamento “os juros vão ter que subir” era o mais indecente dos custos propalados do regime de metas de inflação.
Nesta quinta-feira, 5, cinco meses depois, a Folha de S.Paulo estampa na manchete do seu site que “estímulos do governo atrasam efeito da taxa Selic na atividade econômica”.
Na matéria, logo no lide, a Folha diz – ou melhor, “dizem economistas” – que “as altas na taxa básica de juros pelo Banco Central” – os juros exosféricos de Campos Neto e mantidos por Galípolo – “estão levando meses a mais do que o normal para desacelerar a atividade por causa dos estímulos fiscais que empurram a economia brasileira neste momento”.
Puxa, e nós que pensávamos que governo que consegue empurrar a economia, mesmo em cenário lazarento, é o que há. Mas a imprensa corporativa e os economistas querem, além de desemprego subindo junto com os juros, as cabeças do Vale-Gás, Pé-de-Meia, da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada.
Só assim, bafejam; só assim, trucidando as pessoas no desemprego e na extinção dos programas sociais; só assim para restaurar “a potência da política monetária” em todo o seu esplendor.
“Vão passando!
Entrem na escola do mundo ao avesso!
O bafo de Lúcifer toldando o universo!
A varinha mágica transforma um menino numa moeda!
O mundo perdido num jogo de dados!
Pessoas sensíveis e menores, abster-se”
Pessoas sensíveis e menores, abster-se de ler a Folha e os “economistas” decepadores.
Eles querem as cabeças das pessoas.