EUA estão enviando mais de quatro mil soldados para reforçar as tropas do seu Comando Sul, incluída a “força de resposta preferida do país”, que acaba de concluir um longo treinamento pré-implantação.
Em junho, a setorista de Pentágono da CNN, Natasha Bertrand, revelou que a Agência de Inteligência de Defesa dos EUA avaliava que o ataque estadunidense ao Irã tinha atrasado apenas em alguns meses o programa nuclear iraniano. Donald Trump se enfureceu. O comandante em chefe da “Operação Martelo da Meia-Noite” acusou Bertrand de espalhar notícia falsa e pediu publicamente a demissão da jornalista.
Horas atrás, foi Natasha Bertrand quem informou em primeira mão na CNN que as Forças Armadas dos EUA estão enviando mais de quatro mil fuzileiros navais para reforçar as tropas do seu Comando Sul (SOUTHCOM) “como parte de um esforço intensificado para combater cartéis de drogas” na América Central, América do Sul e Caribe.
“A mobilização do Grupo Anfíbio de Prontidão de Iwo Jima (IWO ARG) e da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais (22º MEU(SOC)) para o Comando Sul dos EUA, que não havia sido relatada anteriormente, faz parte de um reposicionamento mais amplo de ativos militares para a área de responsabilidade do SOUTHCOM que está em andamento nas últimas três semanas”, diz a matéria.
O Grupo Anfíbio de Prontidão de Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, mencionados por Natasha Bertrand, acabaram de concluir um longo e intenso treinamento conjunto de pré-implantação visando à formação de “uma força de combate coesa e letal, capaz de exercer poder de combate decisivo em qualquer ambiente e a qualquer momento”.
Segundo o capitão Chris Farricker, comodoro do 8º Esquadrão Anfíbio, unidade embarcada no navio de assalto USS Iwo Jima, “somos a força expedicionária de reação rápida dos EUA”. O coronel Tom “Banshee” Trimble, Comandante do 22º MEU(SOC), classificou a equipe integrada ARG/MEU como a “força de resposta a crises preferida do país”; “uma força capaz, pronta e letal que atenderá ao chamado, a qualquer hora e em qualquer lugar”.
Entre as missões para as quais a ARG/MEU está preparada, para planejar e executar, estão Operações de Evacuação de Não Combatentes (NEO, na sigla em inglês), seja em resgate a cidadãos estadunidenses, seja em “assistência de evacuação a cidadãos estrangeiros”.
Autoridades do Pentágono disseram a Natasha Bertrand que, além da equipe integrada ARG/MEU, um submarino de ataque com propulsão nuclear, aeronaves de reconhecimento P8 Poseidon, vários contratorpedeiros e um cruzador de mísseis guiados também estão sendo alocados no Comando Sul dos EUA, “como parte da missão”.
“Uma das autoridades enfatizou que o aumento de tropas é, por enquanto, principalmente uma demonstração de força, visando mais enviar uma mensagem do que indicar qualquer intenção de realizar ataques precisos contra cartéis. Mas também oferece aos comandantes militares dos EUA — e ao presidente — uma ampla gama de opções caso Trump ordene uma ação militar. O ARG/MEU, por exemplo, também conta com um elemento de combate aéreo”, diz ainda a matéria da CNN.
É bom lembrar que há poucos dias Trump anunciou recompensa de US$ 50 milhões pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro; “por informações que levem à prisão de um dos maiores narcotraficantes do mundo”.
Quase ao mesmo tempo em que saía nos EUA a matéria de Natasha Bertrand sobre o mega-incremento do Comando Sul para “lidar com ameaças à segurança nacional dos EUA vindas de organizações narcoterroristas especialmente designadas na região”, aqui o Come Ananás mostrava o perigo real e imediato dos jogos antipatrióticos de Eduardo Bolsonaro nos EUA combinados com os esforços de Tarcísio de Freitas para “pegar o PCC e o Comando Vermelho e classificar como grupo terrorista”.
Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
Leia mais
Lideranças da América Latina e Caribe divulgam moção de solidariedade ao presidente Nicolás Maduro
Ricardo Antunes: Inteligência Artificial (de)generativa e jornada 6×1