O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, criticou a postura de Hugo Motta, presidente da Câmara, em relação aos atos de 8 de janeiro, sugerindo que, como médico, o deputado deveria fazer uma “anamnese adequada” dos acontecimentos.
“Nunca houve, na história de nenhum país do mundo, uma tentativa tão fartamente documentada de golpe de Estado como a que assistimos no Brasil”, afirma Carvalho ao DCM.
Para ele, Motta deveria “examinar os pacientes, os sintomas, os exames” ou, ao menos, fazer uma leitura atenta e isenta dos inquéritos e processos, consultando um bom advogado.
Carvalho também destacou que Motta foi eleito com a segunda maior votação da história da Câmara, contando com o apoio de inúmeros deputados do campo democrático.
No entanto, apontou que, ao fazer acenos aos extremistas bolsonaristas, o parlamentar “esqueceu do outro lado” e “derrapou na largada”. Apesar disso, reforçou a disposição para um “debate saudável e respeitoso” com o presidente da Câmara.
Marco Aurélio de Carvalho ainda declarou ter boas expectativas quanto à gestão de Hugo Motta e reconheceu sua trajetória política, ressaltando que há espaço para o diálogo.
No entanto, foi categórico ao afirmar que a defesa da democracia e das instituições deve ser uma preocupação comum e que a anistia aos envolvidos nos ataques golpistas “não pode ser uma possibilidade”.