Após ataque com míssil próximo ao Ben Gurion, os Houthis alertam companhias aéreas sobre riscos em voar para “aeroportos do inimigo criminoso israelense”
Os rebeldes Houthis do Iêmen afirmaram no último domingo (4) que imporão um bloqueio aéreo “abrangente” a Israel, atacando repetidamente seus aeroportos, em resposta à expansão das operações israelenses em Gaza.
O grupo, alinhado ao Irã, reivindicou a responsabilidade por um ataque com míssil no domingo próximo ao Aeroporto Ben Gurion, em Israel, o mais recente de uma série de ações que, segundo eles, são em solidariedade aos palestinos em Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliar.
A maioria dos ataques do Iêmen foi interceptada pelos sistemas de defesa antimísseis de Israel, embora um drone tenha atingido Tel Aviv no ano passado. O míssil de domingo foi o único de uma série lançada desde março que não foi interceptado.
O Centro de Coordenação de Operações Humanitárias dos Houthis, criado no ano passado para mediar contatos entre as forças do grupo e operadores de navegação comercial, emitiu o aviso sobre os ataques a aeroportos israelenses, destacando o Aeroporto Ben Gurion como alvo principal.
A declaração incluía um e-mail supostamente enviado à Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e à Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), pedindo que “todas as companhias aéreas internacionais levem este anúncio a sério e cancelem seus voos para os aeroportos do inimigo criminoso israelense, a fim de proteger a segurança de suas aeronaves e passageiros”.
Expansão do conflito e crise humanitária
Na sexta-feira, a mídia israelense informou que o gabinete de segurança do país aprovou planos para ampliar a operação em Gaza, indicando que as tentativas de cessar-fogo e resgatar reféns mantidos pelo grupo militante Hamas não avançaram.
Desde o colapso de um acordo de trégua em março, tropas israelenses vêm criando amplas zonas de buffer em Gaza, encurralando 2,3 milhões de pessoas em áreas cada vez menores no centro do enclave e ao longo da costa, além de bloquear a entrada de caminhões de ajuda humanitária.
Organizações de ajuda alertam que o bloqueio israelense pode levar a um desastre humanitário.
Segundo autoridades de Gaza, a ofensiva de Israel já devastou grande parte do território e matou mais de 52 mil pessoas desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos e 251 reféns em Israel.