Honduras: órgão eleitoral começa recontagem de 2.773 atas

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras iniciou, neste sábado (13), um escrutínio especial de 2.773 atas eleitorais apontadas como “inconsistentes” no processo das eleições gerais realizadas em 30 de novembro. A recontagem ocorre em meio a denúncias de fraude e pode ser decisiva para a definição do vencedor do pleito.

De acordo com o codiretor eleitoral do CNE, Lino Tomás Mendoza, a revisão será feita com a presença de representantes dos cinco partidos que disputaram as eleições, de integrantes do próprio órgão eleitoral e de observadores nacionais e internacionais. Segundo as autoridades, o procedimento se limitará às 2.773 atas identificadas com inconsistências, cuja verificação poderia alterar o resultado final.

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No último boletim divulgado pelo CNE, com 99,40% das atas computadas, o candidato presidencial do direitista Partido Nacional, Nasry Asfura, somava 1.298.835 votos (40,52%), enquanto o aspirante do Partido Liberal, Salvador Nasralla, contabilizava 1.256.428 votos (39,48%). Em terceiro lugar aparecia a candidata do partido governista Liberdade e Refundação (Libre), Rixi Moncada, com 618.448 votos (19,29%).

Nasralla declarou nos últimos dias que, de acordo com a contagem realizada por seu partido com “100% das atas físicas em mão”, ele teria vencido a eleição de 30 de novembro. Em coletiva, denunciou que mais de 5.000 atas apresentariam “inconsistências e erros graves” e exigiu do CNE uma “revisão minuciosa”, que poderia incluir verificação voto a voto.

O coordenador geral do Libre, Manuel Zelaya, cuja legenda tem denunciado fraude generalizada e pediu a anulação do pleito, também reconheceu que as contagens internas do partido apontariam vitória de Salvador Nasralla.

As forças políticas denunciam que o processo eleitoral está marcado por irregularidades e por ingerência direta do imperialismo norte-americano, incluindo acusações de invasão do TREP (Sistema de Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares). Na quarta-feira (10), a Comissão Permanente do Congresso Nacional condenou a interferência do presidente norte-americano, Donald Trump, que pediu abertamente voto em Asfura, e rejeitou validar um processo apontado como manchado também por pressões de estruturas do crime organizado.

Na véspera do início do escrutínio, Asfura solicitou que a recontagem especial seja transmitida publicamente por televisão. “Peço que a revisão das atas com inconsistência que fará o CNE seja televisionada e transmitida publicamente”, escreveu o candidato em publicação na rede X, afirmando que a transmissão serviria para que “não haja dúvida dos resultados”.

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