
Por Ana Oliveira
Pragmatismo Político
O homem flagrado em vídeo ofendendo um casal de mulheres lésbicas dentro de um supermercado de Belo Horizonte no último domingo (8) acumula um histórico de violência e intolerância. Paulo Henrique Mariano Cordeiro, de 35 anos, já foi acusado de agressão física dentro de uma sauna gay, envolveu-se em brigas com familiares e vizinhos e até agrediu a própria tia quando era adolescente.
O caso mais recente, que ganhou repercussão nacional, ocorreu no bairro Nova Suíssa, Região Oeste da capital mineira. Um casal de mulheres, acompanhado do filho em processo de adoção, foi alvo de ofensas homofóbicas por parte de Paulo Henrique e sua companheira. As vítimas conseguiram filmar parte dos insultos, que incluíram frases como: “Sapatão, filha da p, é isso que você é. Sapatão não gosta de ‘pagar de’ homem? Mas nessas horas, não é homem, né?”*
A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que instaurou inquérito para apurar os fatos e afirmou que os envolvidos serão ouvidos pela Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias.
Histórico de violência
As investigações atuais revelaram um padrão de comportamento agressivo e reincidente. Em 2009, quando tinha 19 anos, Paulo Henrique foi conduzido a uma delegacia após agredir um jovem de 22 anos dentro de uma sauna gay no centro de Belo Horizonte. De acordo com o boletim de ocorrência da época, o agressor e um comparsa seguraram o pescoço da vítima e desferiram socos em seu rosto. O caso foi tratado como ocorrência leve, e o suspeito foi liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.
No ano seguinte, em 2010, o mesmo Paulo Henrique se envolveu em uma briga no Edifício Araguaia, também no centro da cidade, quebrando o vidro do balcão da recepção após uma discussão com outro homem. A Polícia Militar não encontrou os envolvidos quando chegou ao local.
Em 2020, outro episódio foi registrado: ele se recusou a ajudar um parente a carregar compras, iniciando uma discussão que evoluiu para agressões físicas. Familiares precisaram intervir para separar os dois.
Ainda mais grave foi um caso registrado em 2007, quando ele era menor de idade. Segundo o boletim, ele agrediu a própria tia por causa de uma bicicleta. A mulher não queria que o objeto fosse guardado dentro de casa, o que teria levado o adolescente a “perder a paciência”, como relatou à PM.
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