Por Felipe Borges
Pragmatismo Político
Um caso de extrema violência chocou moradores de Belo Horizonte na noite desta quinta-feira (5). Filipe Martins Cruz, de 36 anos, foi preso após agredir com um tapa na cabeça um bebê de apenas quatro meses, em plena Avenida Getúlio Vargas, na região da Savassi, Centro-Sul da capital mineira. O agressor alegou que acreditava se tratar de um “bebê reborn” — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos — e afirmou que os pais da criança estariam tentando furar a fila de um trailer de lanches usando o suposto boneco como pretexto.
Segundo relatos de testemunhas, mesmo após os pais confirmarem que o bebê era real e exibirem sinais claros de indignação, Filipe Cruz insistiu na acusação absurda e, de forma covarde, agrediu a criança com um tapa violento. O golpe causou inchaço na cabeça do bebê, que foi imediatamente levado por sua mãe, de 25 anos, ao Hospital João XXIII. Lá, os médicos confirmaram que, apesar do trauma, a criança não corre risco de vida.
A agressão gerou revolta entre as pessoas presentes. Testemunhas reagiram prontamente, contiveram o agressor e, segundo relatos, o espancaram antes da chegada da Polícia Militar. Filipe foi detido e conduzido à Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente. Aos policiais, ele admitiu ter consumido bebida alcoólica e afirmou estar irritado por supostamente ter perdido sua vez na fila. No entanto, os agentes que realizaram a abordagem destacaram que ele parecia estar lúcido e consciente do que fazia.
A cena foi registrada por câmeras de celular e circula nas redes sociais, causando indignação em todo o país. O ataque gratuito a um bebê indefeso escancara a gravidade da banalização da violência em espaços públicos e levanta questionamentos sobre o estado mental e a impunidade de agressores que, sob desculpas frágeis e inverossímeis, agridem os mais vulneráveis.
Filipe Martins Cruz foi autuado e deve responder por lesão corporal contra criança, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Polícia Civil informou que ele será investigado e poderá enfrentar outras acusações, a depender do desdobramento do caso. O Conselho Tutelar acompanha a situação e prestou apoio à família da vítima. A criança segue em observação, em condição estável.
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