Hoje, 30 de junho, São Paulo será palco do primeiro ato nacional em defesa da Palestina no Brasil. Com concentração marcada para as 9h na Praça Oswaldo Cruz, este evento promete ser um marco na luta internacional contra o imperialismo. Organizado por mais de cem entidades, o ato terá caravanas vindas de todas as regiões do país, unindo vozes diversas em uma única causa: a defesa do povo palestino e de todos os povos oprimidos.
Nos últimos oito meses, a escalada de agressões de Israel contra os palestinos atingiu níveis alarmantes. Mais de 40 mil pessoas perderam suas vidas neste período, em uma série de ataques que têm sido amplamente condenados pela comunidade internacional. A situação na Palestina se deteriorou rapidamente, com bombardeios frequentes, demolições de casas e uma crescente crise humanitária.
A resposta global a essas agressões tem sido de indignação e mobilização. Em diversos países, manifestações e atos de solidariedade têm sido organizados, pedindo o fim da violência e a busca por uma solução pacífica e justa para o conflito.
A realização deste ato nacional em São Paulo reflete a crescente mobilização da sociedade brasileira em relação à causa palestina. Dentre as organizações e lideranças com papel destacado no cenário nacional, encontram-se:
- Coordenação Nacional dos Comitês de Luta
- Ibraspal – Instituto Brasil Palestina
- PCO – Partido da Causa Operária
- Movimento Bem Viver, liderado por Thiago Ávila
- Campo Progressista Árabe – SP
- APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
- Sindicato dos Bancários do Distrito Federal
- FNL – Frente Nacional de Luta Campo e Cidade
- CSNCO – Corrente Sindical Nacional Causa Operária
- CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
- AJR – Aliança da Juventude Revolucionária
- Coletivo de Índios Terra Vermelha
- MNLM – Movimento Nacional de Luta pela Moradia
- Democracia Direta – Brasil
- Movimento Justiça Sem Fronteiras
Também assinam a convocatória importantes lideranças políticas, como o deputado federal Jilmar Tatto (Secretário Nacional de Comunicação do PT), a deputada estadual Professora Bebel (vice-presidente do PT/SP), Acilino Ribeiro (secretário nacional de movimentos populares do PSB) e o deputado estadual Teonilio Barba (PT/SP), representante na ALESP dos Metalúrgicos do ABC.
Juca Simonard, coordenador das equipes de agitação nas ruas, destacou a intensa campanha de mobilização que precedeu o dia 30. Segundo Simonard, “fizemos uma grande campanha de rua no período curto de convocação do ato. Em cerca de uma semana, distribuímos mais de 170 mil panfletos e colamos 10 mil cartazes só na cidade de São Paulo”. Ele acrescenta que a campanha incluiu mais de 200 atividades diárias, com a participação de centenas de pessoas.
Simonard ressaltou a importância do engajamento da comunidade árabe de São Paulo, uma das maiores fora do Oriente Médio. “Conseguimos estreitar nosso laço com a comunidade árabe de São Paulo, que é uma comunidade muito grande. Inclusive, em São Paulo, há mais libaneses do que no próprio Líbano”, afirmou.
Ele também fez um balanço sobre a receptividade da população: “os militantes perceberam que a campanha é muito bem aceita pela população, agregando todos os setores sociais. Não precisamos de um grande esforço para os materiais serem distribuídos. Pessoas que não eram do PCO vieram até nossa sede para buscar material e fazer a campanha nos bairros deles”.
Camilo Duarte, militante do PCO na Paraíba, percorreu mais de 2.500 km até São Paulo para participar do ato. Ele explica a importância desta mobilização: “todo mundo vê aquilo horrorizado, mas a direção da esquerda, no geral, não está conseguindo superar essa questão e entrar em movimento. O ato nacional é interessante porque demonstra que é possível; a gente está fazendo. Não vai ter uma desculpa para a direção depois”.
Camilo enfatizou que o ato coloca a base em movimento, lembrando outros momentos cruciais de mobilização política: “quando a base foi nos primeiros atos e acampou na frente da prisão do Lula, teve início esse movimento ali que culminou com a libertação dele. A mesma coisa com o Bolsonaro. Durante a pandemia, não fazia nada, a população sofrendo. Quando a população se mobilizou, foi possível. A luta pública não pode ser preterida”.
Uriel Roitman, coordenador da equipe de convocação do ato, também destacou o sucesso da mobilização. “A campanha e a organização em torno do ato são tão importantes ou mais importantes do que o próprio ato”, afirmou. “Montamos uma série de equipes de convocação por telefone e rua, articulando com diversos grupos de contatos, e o sucesso foi tremendo. Centenas, milhares de pessoas se solidarizaram, contribuíram com a atividade de alguma maneira, seja convocando, seja mobilizando, seja chamando mais gente”.
Roitman observou que a resposta da população foi extremamente positiva: “Pessoalmente, nunca vi um ato tão popular e tão benquisto como esse, não só para simpatizantes do partido, mas para a população em geral. As taxas de confirmação são altíssimas, passando de 60%, 70% na maioria dos locais. Em São Paulo, é quase 100%”.
Ele destacou o papel fundamental do trabalho militante na organização do ato: “Tudo foi organizado através do trabalho militante, que é uma diferença que o PCO e os comitês de luta têm em relação a outras organizações que fazem um trabalho meramente burocrático. Poucas pessoas fizeram o que conseguimos, e juntas obtivemos um resultado de proporções nacionais e até internacionais, dada a importância do Brasil no cenário mundial”.
Roitman também comentou sobre a diversidade de participantes: “Tem ônibus saindo de todas as regiões do Brasil. Companheiros mais afetados do Rio Grande do Sul, que perderam suas casas, convocaram seus companheiros. Gente do Amapá chegou de barco para esta
Declarações de Victor Assis
Victor Assis, dirigente do PCO no Norte-Nordeste, enfatizou a importância do ato e o esforço das caravanas da região. “No Nordeste, estamos tendo caravanas de diversas cidades. Eu, particularmente, sou de Pernambuco, mas temos companheiros vindo do Rio Grande do Norte, da Paraíba, e nossa caravana mais distante vem do Amapá, onde os companheiros estão atravessando um trajeto de mais de 24 horas de barco pelo Rio Amazonas para chegar em Belém e depois vir para São Paulo”, disse Victor.
Ele destacou a unidade dos diversos setores da luta dos trabalhadores e do movimento popular: “Vamos ter companheiros de Manaus, da Bahia, da região do Recôncavo, de Ilhéus, do Ceará, todos unidos em defesa do povo palestino contra o sionismo e a direita. A unidade é fundamental para o sucesso deste ato”.
Victor concluiu com um convite à participação: “Vejo vocês na Avenida Paulista, dia 30, a partir das 9 horas da manhã, na Praça Oswaldo Cruz”.
Luan Monteiro, dirigente do PCO no Rio de Janeiro, relatou a mobilização intensa na região: “A caravana está saindo do Rio de Janeiro com três ônibus lotados, o que demonstra que toda essa campanha foi não só um sucesso, mas um grande acerto político para o partido. Conseguimos mobilizar vários setores diferentes, incluindo outros grupos pró-Palestina, pessoal de ocupação, movimento de moradia, associações de moradores e mais”.
Luan destacou a grande procura pela caravana nos dias finais: “Na reta final, tivemos uma quantidade muito grande de pessoas procurando a gente para entrar na caravana, correndo risco até de não conseguir caber todo mundo, mas conseguimos garantir a presença de todos”.
Ele ressaltou a importância global da campanha pela Palestina: “A campanha da Palestina é claramente um fator de mobilização mundial. É o que unifica os trabalhadores no mundo inteiro, e estamos caminhando para fazer um ato muito bem-sucedido, lotar a Avenida Paulista com nossas bandeiras da Palestina, nossas bandeiras da resistência”.
Luan também enfatizou a defesa dos grupos de resistência palestinos: “Estamos fazendo uma defesa aberta do Hamas, do Hezbollah, das FPLP, todos aqueles grupos que estão lutando de armas na mão para defender seu povo. Nosso trabalho aqui é concentrado para fazer com que este ato seja vitorioso e levar essa campanha a outro patamar, intensificando ainda mais a luta em defesa do povo palestino”.
A Importância da Mobilização
Em momentos de crise e conflito, a mobilização popular desempenha um papel crucial na pressão por mudanças. A visibilidade das manifestações pode influenciar políticas internas e externas, chamar a atenção da mídia internacional e sensibilizar a opinião pública. No caso do ato de hoje, a expectativa é que a voz do povo brasileiro em defesa da Palestina ecoe além das fronteiras, reforçando a necessidade urgente de uma resolução pacífica e justa para o conflito.
O primeiro ato nacional em defesa da Palestina no Brasil, que acontece hoje em São Paulo, é um evento de grande importância, unindo diversas entidades e lideranças em um movimento de solidariedade internacional. A mobilização intensa e a participação de caravanas de todas as regiões do país refletem a amplitude e a profundidade do apoio à causa palestina, destacando a importância da luta por direitos humanos e justiça global.